05.04.2010
Um dos meus principais objetivos na viagem para Niterói era conhecer a Universidade Federal Fluminense (ou, ao menos, o campus aonde eu assistiria aula, porque a universidade tem diversos campi espalhados por Niterói e outras cidades) e os professores da pós-graduação de Comunicação e Cinema.
Entrei em contato com alguns deles por e-mail e fui informada de uma reunião que aconteceria no IACS - Instituto de Arte e Comunicação Social -, felizmente próximo ao prédio do namorado.
No Decom, da UFPB, não é muito diferente. Agora estão construindo um prédio novo, então pelo menos salas de aula temos. Mas o bloco mais recente, carinhosamente apelidado de microondas, é apenas uma maquiagem de um prédio velho, cujas fiações são um verdadeiro desastre e - adivinha - pouco foi feito a respeito. Muitas salas precisam de ar-condicionado, mas possuem ventiladores que mal funcionam (ou tiveram um curto-circuito por causa da fiação) e as passagens de ar são inexistentes. Os computadores dos laboratórios são verdadeiras lástimas e há cadeiras laboratoriais que nem laboratório têm. Mas o prédio novo e a discussão do Projeto Político-Pedagógico que está acontecendo esta semana me dá novas esperanças. Minha única tristeza é que isso está acontecendo no período que me formo. Se tudo der certo, haverá milhares de novidades boas que não poderei aproveitar como graduanda - infelizmente. Vai ter disciplina de HQ, de games, de produção para TV (sem ser jornal)...
Mas voltando para minha viagem [digressão mode on].
Observei também que certas coisas estão presentes em todo canto. Algumas vezes falo do jeito que certas mulheres se vestem aqui. Logo na entrada do IACS me deparo com uma garota usando uma camiseta que nada tinha a ver com a saia jeans plissada, que nada tinha a ver com seu corpo, que nada tinha a ver com a grossa meia-calça preta que ela usava, finalizando com um par de chinelos Havaianas. Ó... até dava para ignorar o conjunto da meia-calça com a saia com a blusa com a mochila totalmente desconjuntados. Mas meia-calça com sandália de dedo não dá para ignorar. O namorado vinha falando que achava as mulheres lá mais arrumadas que aqui e, até aquele momento, eu tinha que concordar, pelo menos dentro do campus de Arquitetura e no self-service em que almoçávamos. Mas aquela combinação, pra mim, pesou. Cadê o Esquadrão da Moda quando precisamos dele?
O pior é que eu sei que tem gente que se veste mal propositalmente. É algum tipo de afirmação, protesto ou sei-lá-o-quê. Eu acho que dá para impôr nossa personalidade sem seguir moda e sem se vestir mal. Isso foi outra coisa que vi - e admirei - na viagem: gente que faz a roupa trabalhar para si ao invés de virar escravo da moda.
O mais interessante do dia foi a visita ao IACS. Os professores com quem conversei foram muito simpáticos e receptivos e ainda bem que eu tava com o namorado, porque tive uma crise de timidez e ele me ajudou a levar a conversa, para saber tudo o que eu precisava. Todos ali trabalhavam com Cinema Latino-Americano, que não é minha praia teórica, e me falaram que estão tentando desvincular o Cinema das outras áreas e criar um departamento próprio, pelo menos na pós-graduação. Isso seria vantajoso porque talvez aumentasse o número de bolsas para os estudantes e facilitaria na hora da seleção. Os projetos enviados para a seleção de mestrado de Cinema seriam avaliados pelos professores de Cinema, o mesmo valendo para Comunicação e Mediação e para Tecnologia da Informação e da Comunicação, as três principais áreas da pós-graduação em Comunicação da UFF.
Voltamos sob uma fina garoa, a fim de almoçar no campus da Praia Vermelha. Namorado vai pra aula, eu fico em casa estudando. Penso em sair para dar uma volta na praia com um amigo dele no fim da tarde, mas a chuva me faz desistir do convite.
No dia seguinte, eu iria ao Campus Gragoatá, aonde fica o Instituto de Letras, assistir aula de um dos professores da pós de Cinema, que trabalha numa das minhas aulas de interesse. Às 21h, no entanto, perdemos o acesso à internet. Ainda bem que agora tínhamos televisão. Tarde da noite, falta luz para completar o pacote. Para nós, era tudo só um incômodo que seria resolvido no dia seguinte. A chuva nos proporcionou o friozinho e o barulhinho agradável para dormirmos tranquilos.
Mal sabíamos que, no dia seguinte, o mundo desabaria. (Dia 7 | Dia 8)
*Imagem antiga do prédio via tout_doucement no Fotolog.
*Imagem nova do prédio via andressa1088 no Flickr. Os outros dias:
2 comentários:
Um dia ainda vou conhecer o Rio...
Vale muitíssimo a pena, Claudia! Quando puder, visite sim! Eu fiquei encantada e não vejo a hora de voltar pra lá!
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