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By Ferramentas Blog

Coruja

28 de fev. de 2010

- Mãe, tenho algo pra te contar.

Com essa frase, expus os mais recentes fatos. Os olhos dela brilharam. A voz se amaciou com mais ternura do que achei possível. O semblante era de felicidade extrema. Naquele momento, minha mãe seria o mais perfeito modelo para um pintor retratar a Anunciação.

Ela logo declarou que queria ver o ultrassom, acompanhar o pré-natal e ser a primeira a ver os bebês recém-nascidos. Mas logo refreei.

- Calma, a beagle da minha amiga acabou de engravidar. Ainda tem os meses de gestação e de desmame pela frente.

Ainda assim, ela não se conteve e continuou fantasiando com o futuro próximo, em que terá um filhote em suas mãos novamente.


Acho que se alguém disser pra ela que ela vai ter netinhos, a felicidade não vai ser tanta...

(Foto de Night Hawk2006. Veja aqui.)


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Carnaval

19 de fev. de 2010

Eu já falei antes sobre o meu bairro, que finalmente está evoluindo. Calçamento, sistema de esgoto, rede pluvial... Estamos chegando numa era civilizada! E aqui sempre foi um lugar que considerei seguro. As crianças brincavam (e ainda brincam) na rua, os pré-adolescentes conversam em frente à casa... Era assim quando me mudei, é assim hoje.

Mas a segurança não é a mesma. Há muito mais carros não só no bairro, mas na cidade como um todo. Com as ruas calçadas, a velocidade é maior. E crianças pequenas são desatentas. Vi o risco quando, do nada, de uma casa com o portão aberto, correu um menino de uns 5 anos, seguindo o cachorro, na frente do meu carro. Choque, freada brusca, desespero da mãe, desespero meu, total despreocupação do pirralho. A situação me assustou e fiquei com um monte de "ses" na cabeça. E se fosse um motorista mais desatento? Ou dirigindo mais rápido? E se o menino tivesse corrido um segundo mais cedo? E se tivesse atropelado o cachorro? Pior: atropelado o cachorro na frente dele? Se fosse num horário de maior movimento?

No carnaval aconteceram algumas situações arriscadas. Acabei de ouvir essa da nossa diarista:

I.
Carnaval, feriado, 3h da tarde. Uma mulher foi assaltada aqui na rua, saiu correndo chamando os vizinhos para alguém ligar para a polícia. Nunca tivemos mais do que pequenos ladrões de ocasião. Aquele moleque que vê o portão aberto, a bicicleta exposta, entra, pega e vai embora. O carroceiro malandro que anda com uma cadela no cio e amarra os cães machos que fogem das casas atrás de uma parceira e os leva embora. Nada envolvendo armas e grande violência física. Até agora. Com a quantidade de casas e prédios, estão aumentando também os crimes.

II.
Carnaval, feriado, início da tarde. Levo o carro para abastecer e aproveito que o posto de gasolina fica num supermercado para comprar o baralho de Uno e o presente de uma amiga. Achei um livro ótimo e o jogo. Aproveitei para ver se tinha as bebidas de mais tarde e Gatorade, que estava doida de vontade de tomar um!

Entro no primeiro corredor de bebidas e dou de cara com um homem, uns 30 anos, mal encarado, cabelo raspado nas laterais, uma menina de uns 4 anos do lado, uma cesta com uns poucos itens, colocando latas de cerveja na bermuda e as escondendo com a camiseta. Não levou mais do que alguns segundos. Ele também me viu, o sangue gelou, o cérebro parou, dei meia volta.

Encontrei um dos vigias do supermercado logo adiante. Resolvi que iria comunicar o fato. Quando abri a boca para falar, ali estava ele na minha frente. O ladrão. Me encarando. Qualquer lógica me abandonou. De repente eu soube que ele seria capaz de coisas piores do que roubar cerveja num supermercado. Eu não consegui falar nada, não consegui abrir a boca, não conseguia me mexer, não conseguia pensar. Esse tipo de coisa é o pior que eu imagino que possa acontecer numa situação como essa.

Vi um vigia passando pelo terceiro corredor. Entrei no primeiro, segui por trás até encontrá-lo, expliquei a situação, ele saiu com seu radinho atrás do cara. Eu passei o resto da tarde em estado de choque. Não existe mais lugares seguros no mundo, disso eu já sabia, mas naquela tarde cheguei à conclusão de que João Pessoa é menos segura do que imaginava. Existem lugares piores do que aqui e essa podia ser apenas uma daquelas situações de estar no lugar errado e na hora errada. (E qual não é?)

Levei meu Uno pra casa do BF, surtei um pouco, cochilei um pouco, mas ao menos o jogo rendeu boas gargalhadas no fim da noite. Ao menos o meu objetivo consegui: fugi do lixo carnavalesco das músicas de baixa qualidade, desfiles de escola de samba e carnaval baiano, reuni amigos, ri horrores, me diverti e não ouvi um apito!


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Sanduíche de Cebola

18 de fev. de 2010

Quarta-feira de cinzas, obrigação de retomar a rotina normal, mas nem nos meus mais selvagens sonhos isso aconteceria. Deveria ter entrado na minha dieta espartana, mas tava difícil. Até porque não tinha nada bom para comer. Mas tinha pão, queijo, cebola e esta receita do Tudo Gostoso para fazer um lanche diferente.

O site costuma ter receitas muito boas, mas venhamos e convenhamos: era muita porção para uma pessoa apenas. Adaptar é preciso. E também eu não estava tão a fim assim de usar todos esses ingredientes. Então usei parte deles e inventei outros. Já publiquei a receita de ontem, mas resolvi dar uma aprimorada.


Pra começar, dispensei o forno e usei o forninho elétrico. Pra duas fatias de pão, aquele mundo de forno era um exagero. Usei pão francês normal, mas o integral também seria uma boa opção. No mais, cebola, margarina, cream cheese, azeite, queijo e sal. Uma saladinha pra enfeitar, se quiser.

Margarina (ou manteiga) no pão, bota pra assar. Frita a cebola cortada em rodelas no azeite (fica mais gostoso), quando estiverem no ponto, tira a frigideira do fogo, acrescenta cream cheese suficiente para envolver toda a cebola, sal a gosto, volta rapidinho pro fogo baixo, só pra misturar tudo (se houver necessidade, acrescentar um pouco de margarina) e coloca no pão. Meia fatia de queijo mussarela por cima de cada um e volta pro forninho até derreter o queijo. Depois é só acrescentar o coentro e, se quiser, pedacinhos de alface e pepino.

Não é exatamente uma opção light, no entanto eu já disse que querer retomar uma rotina de comidas essencialmente saudáveis numa quarta-feira de cinzas, depois de churrascos, gaming nights regadas a refrigerante, vodka ice e batatinhas fritas não é fácil. Bem como não foi tentar dormir antes das 3am.

Mas se esse sanduíche tem um ponto alto, é o ingrediente principal. Porque você pode até querer dispensar o resto das verduras, mas fica difícil dispensar a cebola num sanduíche de cebola, né?

Sabe aquelas propriedades "miraculosas" do alho? Estão presentes aqui também. As danadas possuem propriedades anti-oxidantes, anti radicais livres, anti gripais, antialérgicas, anticancerígenas... Acho que dá pra pintar um topete, colocar uma capa e fazê-las voar para salvar o mundo.

Claro que, depois de fritas, a coisa se altera. Ao fritar, assar ou cozinhas qualquer alimento, as propriedades mudam. Por isso você não deve cozinhar os vegetais até ficarem moles, o negócio é deixá-los "al dente", nada de coisas molengas que se desmancham na boca. Desse jeito dá para preservar algumas de suas propriedades. Senão, é só uma papa que forra o estômago, mas não dá todas as vitaminas que normalmente procuramos neles.


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Não vou voltar ao normal

17 de fev. de 2010

Porque eu acho que um feriadão acabar numa quarta-feira, no meio das férias, com um dia nublado que começou após o meio dia não é jeito de se começar uma semana. Então, enquanto eu me arrasto para fora dos festejos dionisíacos (pois é, o carnaval começou com festas para o deus grego Dionísio) com passos de formiga e sem vontade, vou publicar uns memes por aqui.


Achei esse site, o The Daily Meme, e sugiro que vocês voltem aqui por volta da semana que vem, que já devo estar mais normal. Por enquanto, segue uma meme que achei neste blog:

Onde está seu celular?
Acredito que na bolsa, que não tenho certeza de onde está.
E o amado?
Em casa, trabalhando.
Cor do cabelo?
Loiro original.
Sua mãe?
Vai bem, obrigada.
Seu pai?
Também.
Irmão?
Dois Eggers recém-acordados? Espero que a gente não se bata hoje.
Seu filho?
Num universo paralelo, porque neste, espero não tê-lo.
O que mais gosta de fazer?
Dor-mir. =D (Tá, isso é o momento falando. Eu gosto de falar pelos cotovelos até minha garganta arder. Aí eu reclamo que a garganta tá doendo e continuo falando.)
O que você sonhou na noite passada?
Com a continuação da noite passada, acredito eu. Meus sonhos se misturaram e esvaíram na confusão da manhã-tarde, quando me levantei.
Onde você está?
Na minha famigerada escrivaninha.
Onde você gostaria de estar agora?
Na minha cama.
Onde você gostaria de estar daqui a seis anos?
Concluindo o doutorado (se eu resolver que quero fazer) ou trabalhando.
Onde você estava há seis anos?
No ensino médio, sendo idiota.
Onde você estava na noite passada?
Chez BF.
O que você não é?
Burra. Acho.
O que você é?
Easy going.
Objeto do desejo?
Maldives Island. (Tem mais nem graça.)
O que vai comprar hoje?
Papel pra embalar uma encomenda. Ou nada.
Qual sua última compra?
Um livro (presente) e um baralho de Uno.
A última coisa que você fez?
Vim pra casa. =p
O que você está usando?
Vestido.
Na TV?
A última coisa que assisti foi a competição de patinação no gelo das Olimpíadas de Inverno.
Seu cachorro?
Foi roubado por um malandro.
Seu computador?
Compaq Presario lindo e meu!
Seu humor?
Oscilante, mas normalmente positivo.
Com saudades de alguém?
Minha família de SP.
Seu carro?
No momento, o gol vermelho. *.*
Perfume que está usando?
Um que comprei em SP fantástico, mas cujo nome não me recordo agora...
Última coisa que comeu?
Couve-flor com molho branco.
Fome de quê?
O chocolate mentolado que está na minha bolsa.
Preguiça de?
Hoje? De tudo!
Próxima coisa que pretende comprar?
Passagens.
Seu verão?
Churrasco, academia, livros e monografia.
Ama alguém?
So very much.
Quando foi a última vez que deu uma gargalhada?
Ontem à noite.
Quando chorou pela última vez?
Ontem à tarde.


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Shuffle Meme

16 de fev. de 2010

Copiado na cara de pau do Pendeadeira. Menos as respostas, claro.

Pausa nas postagens de sempre pra uma aleatoriedade. Restam poucas opções pra quem fica em casa no carnaval, né? Espia a minha :P

1. Put your iPod, iTunes, Windows Media Player, etc. ON SHUFFLE.
2. For each question, press the next button to get your answer.
3. YOU MUST WRITE THAT SONG NAME DOWN NO MATTER HOW SILLY IT SOUNDS.
4. Have fun!

IF SOMEONE SAYS ‘ARE YOU OKAY?’ YOU SAY…
Play That Funky Music (Wild Cherry)
HOW WOULD YOU DESCRIBE YOURSELF?
They're Red Hot (Eric Clapton)
WHAT DO YOU LOOK FOR IN A GUY/GIRL?
System (Seal)
HOW DO YOU FEEL TODAY?
(I've Got Everything I Need) Almost (The Blues Brothers)
WHAT IS YOUR LIFE’S PURPOSE?
Never Had a Dream Come True (Stevie Wonder)
WHAT’S YOUR MOTTO?
Dumb (Seal) [Hein?! Hauhauahua!]
WHAT DO YOUR FRIENDS THINK OF YOU?
Little darlin' (Shanana) [ AAAW! S2]
WHAT DO YOUR PARENTS THINK OF YOU?
Hey Bartender (The Blues Brothers) [Levando em consideração que eles acreditam que estou honrando as tradições alcóolicas da família...]
WHAT DO YOU THINK ABOUT VERY OFTEN?
El Viaje (Maná)
WHAT DID YOU THINK ABOUT ON FIRST KISS?
Times Like These (Jack Johnson)
WHAT DO YOU THINK OF YOUR BEST FRIEND?
Tears On My Pillow (Shanana)
WHAT IS YOUR LIFE STORY?
Rock The Party (POD) [Pausa: e se eu dissesse que eu não sabia que tinha essa música no pc, acabei de descobrir?! But, yeah... The title is very.. hm... consistent.]
WHAT DO YOU WANT TO BE WHEN YOU GROW UP?
Who Wrote The Book of Love (Shanana) [I wanna write it! =D And make it a bestseller! xD]
WHAT DO THINK WHEN YOU SEE THE PERSON YOU LIKE?
All That You Have Is Your Soul (Tracy Chapman) [Cantora que ele me apresentou, btw]
WHAT WILL YOU DANCE TO AT YOUR WEDDING?
Luz (Quinteto Uirapuru) [Hm... Bonito. =)]
WHAT WILL THEY PLAY AT YOUR FUNERAL?
Come Go With Me (Shanana) [HAHAHAHAHAHAHA!!!! Vô puxar o pé de todo mundo!!! xD]
WHAT IS YOUR HOBBY/ INTEREST?
Pardon Me (Incubus)
WHAT IS YOUR BIGGEST FEAR?
Vivir Sin Aire (Maná)
WHAT IS YOUR BIGGEST SECRET?
Mend a Broken Heart (Bonepony)
WHAT DO YOU WANT RIGHT NOW?
That Girl (Stevie Wonder) [Ui! Segredos sendo revelados! hahaha!!!]
WHAT DO YOU THINK OF YOUR FRIENDS?
A Placa in the Sun (Stevie Wonder) [Hm... Cute. =)]


Pode não parecer, mas eu juro que tava no shuffle com todas as músicas do pc!

Pra quem quer saber, existem opções para ficar em casa no carnaval. Junte vários amigos (ou alguns bons e divertidos), uma casa, carne, churrasqueira, carvão, álcool (de acender o fogo e de beber), refrigerante, água (porque né? é necessário!!), um baralho, um dominó e boa disposição. Alguns fatores podem alterar. Se você passou a tarde comendo coração de galinha, de noite, após uma saudável pausa para um banho, esse fator pode ser dispensado.

(É. Eu espero que rir emagreça. Porque as comidinhas, as Smirnoff Ices e as Coca-Colas estão bombando!)

Passando o carnaval e a seqüência de eventos aleatórios-relâmpago e com pouca programação mas que têm funcionado (e a quem interessar possa: com música de qualidade), volto com a vida normal. o/


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Perdendo peso

12 de fev. de 2010

Passei pelo Frescurinha, descobri lá o MagraEmergente e achei esse TickerFactory. O que a autora do MagraEmergente usa é um ticket para perda de peso e resolvi usar o mesmo, só para me manter focada.

O post de hoje ia ser sobre e-Readers, mas já que passei a maior parte da semana falando de dormir bem, se exercitar e tudo mais, acho que posso fazer um post rapidinho sobre meus objetivos de perder peso.

Porque não é que eu esteja gooorda, gorda. É que não estou confortável. Tenho facilidade para engordar, a genética não ajuda e é aquela coisa: o corpo cria novas células adiposas, mas não as "descria". Quando emagrecemos, elas simplesmente desincham. Por isso engordamos novamente tão rápido. É mais rápido inchar do que desinchar e, uma vez que as bolsinhas de gordura já estão lá, não precisam ser criadas, voltar ao peso antigo é um pulo.

Aí eu resolvi que não queria sofrer com sobrepeso no futuro. E que não preciso dar chance a nenhum dos problemas relacionados com o peso existentes na parte pesada da família. E que, se eu já achei duas calças jeans que prestaram, após dois anos de busca, posso muito bem me manter dentro delas, bem como das outras coisas bonitas que tenho no armário. E resolvi que se um monte de gente consegue ter pouca celulite, barriga chapada e pele limpinha, por que não?

Além do mais, por mais que eu sofra na academia, tenho que admitir que depois eu me sinto melhor. Com mais disposição, menos dores, mais flexibilidade. E isso ajuda bastante.

Então não vou apenas manter o peso, vou tentar alcançar medidas mais, digamos, seguras. E reconsquistar a cintura que eu tinha há alguns anos. O post é única e exclusivamente porque, depois que eu coloco as coisas por escrito, acho mais fácil seguir com o planejado. Nem foi tão curto quanto eu gostaria, não foi lá muito interessante, mas ao menos trás boas dicas de blogs. =)


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Cute Little Monster

11 de fev. de 2010

No início eu via o Formspring.me mais como uma brincadeira entre amigos. E achava bastante divertido.

Aí eu fui ficando sem tempo, fui ficando meio sem saco também, de repente não eram só amigos e de repente não eram só brincadeiras. Não me levem a mal, eu não tenho problemas em responder qualquer pergunta sobre qualquer assunto. Mas sabe o que é? É que acho mais legal fazer isso numa mesa bem abastecida com alguns comes e uma coca-cola ou algo bonitinho com vodka (depende do dia).

Qualquer coisa, sempre há a página de contatos aqui do blog, o meu e-mail ou o melhor de todos: o telefone e um convite para testar algum café da cidade!

Eu deixo o Formspring para gente como a Fernanda Lizardo, do Sexto Sexo, que é uma celebridade e pra B., do Vida Secreta, que é uma celebridade e tira altas dúvidas da galera. Especialmente no da B. eu vejo um conteúdo interessante sendo produzido. No mais, vou tratar as redes sociais meio que como as outras coisas da minha vida: se não está acrescentando algo, hasta la vista, baby.

Ah. E Allyson, eu vou ser legal e responder à sua pergunta: eu não procurei saber.


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Puxando ferro

10 de fev. de 2010

Aproveitando o ensejo, deixa eu falar bem de exercício físico! Não que eu goste, acho um saco! Mas é necessário. Quer dizer, eu até gosto...

Dia desses eu comentei que sentia falta do kung fu e da dança. E sinto mesmo. Mas eu não tenho nem tempo nem dinheiro pra pagar academia e uma atividade extra. Não estava evoluindo em nenhum dos dois, porque não tinha preparo físico o suficiente. E não basta correr, pular, fazer abdominais e mexer o quadril pra lá e pra cá. O que me faltava era força pra executar os movimentos. As pessoas vêem uma dançarina do ventre atravessando o palco fazendo um manquinho nas pontas dos pés, dobrando-se em duas num belo cambré, girando, girando e sorrindo como se isso não fosse nada e não se dão conta da força que está sendo empregada nos pés, pernas, coluna, abdomen e braços (pra não me extender muito).

Pra fazer isso tudo e ainda sorrir, sem se desmontar de dor e partir pros analgésicos depois, é necessário malhar. Nem vou falar de lutas! Mesmo se não for feita a prática de combate, é evidente que precisa ter força, nem que seja para a execução certa do movimento. Não se enganem, não é só força, é jeito e conhecimento também. Na época eu era capaz de me defender de alguém com o dobro do meu tamanho, se necessário.

Precisei parar com as aulas, até com o francês eu parei. Mas precisei começar a musculação. Não era mais para fazer piruetas, mas para manter o peso, fortalecer o corpo e corrigir a postura. De início, eu achava um saco, mas os resultados começaram a aparecer e vi que não era só o físico que estava melhorando, mas tudo, no melhor estilo "corpo são, mente sã".

Vi que para se manter numa atividade chata, algumas coisas tem que acontecer.
1. Não é algo a mais que você vai fazer. É parte da sua rotina tanto quanto comer ou fazer xixi.
2. É necessário ter um objetivo. Não adianta entrar na academia por entrar. Entre para perder/ganhar peso, corrigir a coluna, resolver aquela dor nas costas, fortalecer os punhos e parar de sofrer com as tendinites (meu objetivo do mês)...
3. Musculação é auxiliar. O melhor jeito de encarar é criando um cliclo. Acho melhor academias com aulas por isso. Você vai malhar para melhorar na dança/pilates/balance/jump, o que consequentemente ajuda na musculação. Um leva benefícios para o outro e todos trazem benefícios para você.
4. Passear no bosque não é exercício. Ou até é. Se você prestar atenção no que está fazendo, no ritmo, no tempo, se fizer com regularidade, se aumentar a intensidade com o passar do tempo, se fizer pelo menos umas 3 vezes por semana, 40 minutos cada vez. Se não, é só um passeio.
5. Separe o tempo para se exercitar, faça dele uma rotina fixa e todo o resto se arruma ao redor. Você mesmo vai ajustar seus compromissos desse jeito.

Eu recomendo esse texto, pra quem lê bem em inglês: 7 Exercise and Fitness Beliefs You Need to Overcome




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Sleeping Beauty

9 de fev. de 2010

Nesses dias de tpm eu fico mais cismada com essas coisas, afinal a cólica no fim do caminho é o pavor da minha vida. A menstruação até que dá pra encarar numa boa. Mas a dor que a precede...

E a dor tem sido menor a cada mês. Então imagino que algo de certo eu estou fazendo. Por exemplo, me deixar levar pelo meu sono. Nada de acompanhar ninguém pela madrugada, a cama é minha melhor amiga nessas horas. Ceder à tentação de doce também ajuda. Tenho substituído os chocolates e afins por sucrilhos ou frutas com mel (às vezes uma colher de mel puro, mas pelo menos é um alimento saudável, né?). Ainda não resolvi a ânsia por comida salgada, mas chego lá um dia...

Aí, como eu venho chiando nos últimos posts, eu estive à beira de uma gripe. Quem me conhece sabe - ou devia saber - como fico insuportável quando tô doente. Já não me considero figurinha fácil no estado normal, apesar das minhas amigas discordarem (amo vocês! =D =*). Deve ter algo a ver com elas não pisarem no meu calo com frequência e eu gostar delas e achar que são pessoas com algo a acrescentar, então a patada é mais leve...

Mas enfim. Beirando uma gripe e coloco a culpa no jogador das madrugadas. Não que ele tenha infligido a doença de propósito, eu é que só notei o caso quando já não tinha mais prevenção, só remédio. É como uma médica disse uma vez: "Não existe isso de início ou final de resfriado. Ou se está ou não se está doente. A intensidade da doença é que pode variar." Ou seja, esqueçam esse mimimi de "beirando gripe". Eu gripei mesmo, mas ela não me derrubou.

A questão é porquê ela é um tsunami para alguns e uma marola para outros.

Primeiro, eu só adoeço na TPM. Eu falo tanto dela aqui, e tão mal, que devem estar achando que ela só causa mal-humor. Vejo o mal-humor como decorrência do resto. Nesse caso específico, a imunidade baixa. Aí eu viro prato fácil pra vírus e bactérias dançando por aí.

Vou me comparar a quem me "passou" o vírus (eu é que fui buscar, mas deixa quieto). Ambos fazemos exercícios e procuramos uma alimentação minimamente saudável. Eu invisto mais na salada e dispenso as pizzas de fim de semana. Não dispenso um café da manhã de modo algum! Sou mais - digamos - corpulenta (quem disser "gorda" apanha! eu sei kung fu!). E respeito meus horários de sono. Mesmo há alguns meses, quando ainda não trocava pizzas por filés com brócolis, eu ainda dormia de noite e acordava de manhã. E antes disso, quando dormia de madrugada e acordava de tarde, nenhuma virose era páreo para mim! Eu pegava todas! Não deixava escapar uma que fosse.

Aí, apoiada pelos diversos profissionais da saúde que me cercam, eu afirmo que dormir durante a noite tem a ver com a imunidade sim e tem gente que não acredita! Que acha que basta dormir o suficiente em qualquer horário e está bom. Acontece que a gente tem um tal de relógio biológico (vou chamar assim...) cuja função não é dizer que está na hora de ter um bebê. Bom, é também, afinal a espécie precisa continuar e blábláblá. Mas isso não importa. O que importa é que o organismo sabe quando é dia e quando é noite e só libera certos hormônios durante a noite, quando estamos dormindo. Certos processos de reparação, de fortalecimento da imunidade e também de memória, não funcionam quando a gente tá acordado na frente do computador/TV/livro/na balada, sabe?

Então é necessário não apenas dormir bem como dormir na hora certa. Você não precisa acreditar em mim. Pode fazer uma pesquisa no google, em sites de imunologia, perguntar ao seu médico... E sabe de uma? Além de dormir, beba bastante água. Não apenas vai melhorar a situação de uma TPM (a mulher que não sabe da culpa da retenção de líquido na parada, levanta a mão), mas de uma doença também. Quer dizer, não a da doença, mas a do seu organismo de combater a doença.


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Yes, it works.

8 de fev. de 2010

Antes de minha mãe começar a fazer acupuntura para acompanhar seus tratamentos, eu era meio cética quanto a isso. Ela também. Acreditamos na medicina tradicional. E na fitoterápica, porque os remédios são feitos a partir de algo, afinal de contas.

Aí ela foi pra primeira sessão com uma cara deste tamanho e voltou feliz da vida. Aparentemente essa coisa de medicina chinesa, espeta daqui e sara dali, meridianos e tal tinha funcionado. E continuou funcionando nas sessões subsequentes. E ela se empolgou, aproveitou que abriu uma especialização e foi estudar.

Desde então, ela e suas malditas agulhinhas já curaram dores de cabeça, cólicas e impediram gripes de se instalar. Hoje eu acordei com a cabeça e o pescoço doendo tanto que eu tinha certeza que um gigante sambou e sapateou em cima deles. E a farra foi boa.

Na mesa do café da manhã, a bateria de vitaminas na minha frente, a voz grossa, os olhos fundos e o convite pra ser furada. Eu engoli o café (que tem seu mérito em curar minhas dores de cabeça e humores socialmente não aceitáveis - porque atualmente é crime não estar feliz o tempo todo) e fui pra minha sessão. Também estou tratando tendinite nas duas mãos (gostoso, né?) e estou quase inteira, como se nem tivesse sido pista de dança de gigantes empolgados.


Nesses meses todos de curso, vejo minha mãe estudando bastante e, vez por outra, me falando sobre a base teórica da coisa. E cada vez mais convencida de que precisamos abrir bem o olho sobre:
a) a terapia alternativa adotada, porque algumas são pura enganação (homeopatia, na minha opinião, é uma delas);
b) o terapeuta adotado, porque assim como tem cursos sérios, que exigem diploma de nivel superior em alguma área de saúde para aceitar o aluno, existem cursos pilantras de 6 meses de duração que qualquer um pode fazer.

Medicina alternativa ainda é medicina, uma agulha no canto errado pode, sim, causar um problema. Assim como uma puxada errada do fisioterapeuta pode acabar com uma coluna ou a falta de atenção do profissional de educação física ao passar um exercício podem detonar o corpo do outro. E vejo muita gente tratando esses assuntos como piada.

É gente tomando remédio como se fosse tic-tac, detonando a coluna numa remada invertida absurdamente errada e rejeitando o conselho do instrutor, achando que exercício físico são aqueles dois lances de escada diários e que isso impedirá uma doença, indo se espetar numa clínica de estética clandestina entucada em algum buraco obscuro porque custa dé real a sessão...

É preciso abrir o olho quanto a essas coisas. A gente só tem um corpo e vai ter que passar a vida toda com ele. Só temos a ganhar fazendo com que ele funcione bem. É mais disposição, qualidade de vida, anos saudáveis à frente... Até o mal-humor inerente à personalidade - praticamente genético - um corpo que funciona bem alivia (e eu ainda sou chata assim!).

Não sou profissional da saúde e, apesar de estar rodeada deles, só posso falar essas coisas por experiência própria. Porque eu não sou a pessoa mais disciplinada do mundo, mas já fui bem pior. E com o pouco avanço que fiz, já colhi resultados muito bons. O que parecia um sacrifício há poucos anos agora é parte da minha rotina e acredito que ainda posso fazer mais.


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Sunday Bloody Sunday*

7 de fev. de 2010

Hoje é domingo
Pé de cachimbo
O cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Bate na gente
A gente é fraco
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou-se o mundo!

***

Tô nem aí se essa versão é errada ou diferente da sua, é a que eu cantava quando criança. E este é bem um domingo de fim do mundo mesmo. Acho que é isso que acontece depois de uma festa boa em plena época de carnaval.

Siiiim, porque eu fui numa festa boa ontem! Quem disse alguma vez que casamento em churrascaria era brega, vai ter que engolir a língua com pimenta, que é pra arder bastante. A decoração estava linda, a comida estava ótima (tem como errar com um churrasco mal-passado?!) e a lembrancinha, muito fofa! (Um móbile de tsurus pra cada convidado.)

Aí eu acordo numa manhã de domingo pré-tepeêmica, beirando um resfriado, com o BF doente, as Virgens de Tambaú se preparando pra descer a Epitácio Pessoa e todas as casas ao redor tocando músicas ruins. No replay. Pra melhorar, só faltava mesmo eu ter a minha primeira ressaca.

Então que este dia faça o favor de se implodir.

*Sim. Este título de música tem a ver com o dia. Eu odeio as músicas famosas do U2. Podem jogar as pedras.


Este é mais um #postdesabafo, trazido para você pela Eggers&CO.


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Há vida além da pizza

5 de fev. de 2010

Há algum tempo fui confrontada com uma realidade bem chatinha: tenho refluxo gástrico e, na ocasião, ele havia queimado minha garganta sem que eu nem sentisse. Feliz, não? E a solução cabível: cortar todas as besteiras - ou, ao menos, a maior parte.

Alguns meses (ou teriam sido semanas?) depois, saí pra comer uma pizza. E passei mal. E comecei a reagir de forma não muito positiva a alimentos altamente engordurados. E vi que minha vida de pizzas havia acabado. Não foi de todo ruim, afinal eu realmente queria perder peso. Mas depois de shows, festas e afins, ninguém vai pro Divina Itália comer uma massa ou pro Tanabata curtir um japonês. Vai é pra pizzaria!

Já estive nessa situação duas vezes. E achei que seria um problema, mas nem foi, ó!

Noite 1: Eu sinceramente não lembro de onde vínhamos, acredito de um show dos Old Boys, e todo mundo decidiu que era uma boa ir comer uma pizza no Dona Branca. Ótimo lugar, tem cardápio bem variado, tanto de comida quanto bebidas, seu forte são cachaças que, inclusive, fazem parte da decoração. Mas eu não sou grande fã de cachaça.

Aí todo mundo pede pizza gigante e eu fico olhando pro cardápio, procurando uma opção que:
a) Se daria bem com meu estômago frescurento;
b) Se daria bem com meu bolso frescurento e;
c) Se daria bem com as altas horas da madrugada.

E lá estava: frango grelhado com babatas sautée e brócolis. Aí um monte de gente diz: "EEEEECA! Brócolis!!". Acontece que eu sou de Marte e gosto desses matos, tá? Então eu fiquei muito feliz de ver que vinha um troço verde no lugar do (eca) arroz. Só dava pra ser melhor se, no lugar do frango, fosse um filé. Descobri depois que esta era uma opção, mas o prato já estava vindo, então deixei pra lá.

Acabou que comi de me fartar e saí mais satisfeita do que normalmente o fazia após uma pizza. E a comida não foi jogada fora duas horas mais tarde. Meu bolso ficou feliz. Meu estômago também. E minha amiga ainda roubou umas batatinhas.

Noite 2: Colação de grau de um amigo, vamos todos comer na Pizza Hut. Eba! Oh noes! Foi a pizza de lá que desencadeou a primeira reação forte do meu organismo contra pizzas! Mas eles tem opções, né? Tem umas saladas e tals. Chegando lá, não é que tem uma opçãozinha simpática no cardápio?

Um prato executivo que consiste da pasta do dia (a do dia em questão era penne ao molho de ervas), meia porção de breadsticks (um pãozinho gostoso com um molhinho não tão gostoso) e a fruta do dia (metade de um abacaxi bem docinho com raspas de limão). Acho que nunca comi tão bem por R$19,90. Alíás, eu nunca comi tão bem na Pizza Hut.

Depois dessas duas, resolvi que valia a pena, sim, levar a reeducação alimentar pra fora da mesa do almoço. Os estabelecimentos costumam ter opções e ainda que pareça ser mais caro, é um investimento a longo prazo. Um investimento na sua silhueta, que eu sei que você quer manter/melhorar, não adianta mentir pra mim. ;) E no seu estômago, que não vai ter chance de reclamar depois. Pelo menos é assim que eu vejo.


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Spoiler Alert: 500 Dias com Ela

4 de fev. de 2010

Uma História do Tempo
por Fernanda Eggers para Spoiler Alert

500 Dias com Ela ((500) Days of Summer) é em essência um filme estilo “boy meets girl” (garoto encontra garota). No entanto, se junta ao seleto grupo de filmes que conseguem subverter as regras do gênero, dando ao público uma experiência nova.

Na história, que abrange os quinhentos dias do título, Tom (Joseph Gordon-Levitt), um criador de cartões comemorativos, em busca do amor de sua vida. No escritório ele conhece a bela Summer, interpretada por Zooey Deschanel. Os dois desenvolvem uma relação, mas há um problema: ela não acredita no amor.

Diretor estreante em longas, Marc Webb usa sua experiência em contar histórias curtas em videoclipes para imprimir um ritmo diferente à produção. Ele pega os dezesseis meses da história de Tom e Summer e os recorta, apresentando-os de maneira não linear. Momentos bons, ruins e comuns alternam-se agrupados por eventos, mostrados pela perspectiva de Tom.

Como dito no filme, esta não é uma história de amor. O personagem principal parece ser o tempo, que traz a paixão e a cura. Mais do que uma maneira divertida, criativa e inteligente de contar uma história que de outra forma pareceria convencional, 500 Dias Com Ela tem uma visão absolutamente honesta, ainda que um tanto tragicômica, do amor.
***
Este texto não é totalmente original. Como precisávamos ocupar um espaço e não tínhamos tempo, fiz um resumo deste texto do Omelete e coloquei algumas considerações minhas sobre o filme. (Que óbvio que eu assisti, seria inviável colocar algo na revista que eu não tivesse visto, mesmo sendo resumo de outro texto.)


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Spoiler Alert: True Blood

3 de fev. de 2010

True Blood e Questões Sociais
por Chris Guedes, originalmente publicado em Desoriental

Quem não viu True Blood, não sabe o que está perdendo. A série é, praticamente, um show de horrores que se passa majoritariamente na cidade fictícia de Bon Temps, interior de Louisiana, envolvendo vampiros, telepatas, metamorfos e seres mitológicos em uma trama de sexo, sangue e violência.

Mas a quantidade de aberrações sobrenaturais não impede que o criador Allan Ball consiga abordar, com naturalidade, inúmeras questões sociais sem precisar, necessariamente, atrair o foco da série para elas. A seguir, acompanhem alguns dos temas que já surgiram nos intensos episódios exibidos até então.

Todos os vampiros de True Blood possuem o que podemos chamar de flexibilidade sexual. Parece que, em face da imortalidade, os papéis de gênero a que estamos acostumados na sociedade são irrelevantes na cultura vampiresca underground. Pudera: para quem está vivo há vários séculos e para quem sexo, excitação e prazer envolvem necessariamente sangue, definições como hetero e homossexual parecem demasiado restritivas.

Um exemplo interessante é a personagem Pam, assistente do vampiro milenar Eric, xerife da Área 5. Em vários momentos da série ela demonstra sentir atração por mulheres. Todavia, é impossível saber se o desejo é sexual ou estritamente... alimentício.

Na primeira temporada, um dos três “vampiros do mau” mantém um carniçal gay e somos apresentados também ao rico personagem gay Eddie, um vampiro recém transformado que põe abaixo todos os nossos estereótipos (sociais e... sobrenaturais). Eddie é um homem de meia-idade, carente de afeto e disposto a passar a eternidade assistindo TV. Em uma conversa, ele comenta que a sociedade espera que os homens gays se pareçam com Jason Stackhouse (um metrossexual atlético e “comedor”) e que o fato de ser vampiro não o ofereceu nada, além de uma diferente moeda para pagar prostitutos como Lafayette.

Humano, negro, pobre, gay efeminado, envolvido com tráfico de drogas, pornografia e prostituição, Lafayette reune em si mesmo todos os grandes alvos do preconceito. Ainda assim, esbanja carisma e compõe um dos núcleos de alívio cômico da série. Mas True Blood não nos deixa esquecer que, apesar da malandragem e do crime, Lafa (como é conhecido entre os fãs) é um sofrido sobrevivente.

Outro assunto curioso que a série já abordou, ainda que em pequena escala, foi a questão da virgindade na vida adulta. Sem dramas e sem pressões, mostra dois personagens (uma mulher e um homem), de 25 e 28 anos respectivamente, que ainda não tiveram experiências sexuais, por motivos que nada tem a ver com religião ou puritanismo. E me rasgo em elogios porque nenhum deles é otário, nem herói.

De forma sutil, porém precisa, surge também a questão do abuso sexual infantil. A série denuncia a incidência do crime dentro de casa e relata como traumas dessa natureza abalam as estruturas familiares e comprometem o desenvolvimento da sexualidade da vítima.

Mas nem só se questões sexuais fala True Blood. A personagem Tara, por exemplo, lida com as conseqüências e traumas de uma infância problemática com a mãe alcoólatra. Complexada, agressiva e com baixa auto-estima, ela tende a afastar as pessoas que se aproximam, dificultando sua permanência em empregos e seus relacionamentos afetivos. Nas duas temporadas, acompanhamos o quanto sua fragilidade a deixa vulnerável à manipulação - mais realista, impossível.

No entanto, a antena paranóica dessa personagem com relação a preconceitos nos rende algumas reflexões interessantes - destaque para a cena em que ela critica o machismo do chefe por sexualizar as garçonetes, enquanto os garçons e cozinheiros sequer usam uniformes.

É com prazer que digo que minha série favorita favorece a quebra de estereótipos: a hippie ecologicamente correta viciada em drogas sob o pretexto de “entrar em intensa comunhão com Gaia”; a vovó do interior que tem a cabeça mais aberta do que os amigos jovens da neta; drogas que são mostradas exatamente como são: fonte de prazer e dependência, entre vários outros.

E falando em fugir dos padrões, lembremos que até mesmo os vampiros que mais esbanjam testosterona no seriado se preocupam com a aparência e são capazes de reconhecer e elogiar os atributos físicos um do outro.

Por fim, mas não menos importante, True Blood denuncia a alienação e a manipulação promovida pelas igrejas que desejam criar “soldados de Deus” para combater o “mal” representado pela diversidade (cultural, sexual e religiosa). Qualquer semelhança com a realidade de algumas igrejas cristãs não é mera coincidência.
True Blood é assim. Em tempos em que vampiros se envolvem em romances água com açúcar como na série Twilight, a HBO nos traz uma série adulta, nua e crua em todos os sentidos.

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Spoiler Alert: The Big Bang Theory

2 de fev. de 2010

Os Nerds e Ela
por Eloísa França, especial para Spoiler Alert.

    Demorou mas aconteceu: os nerds tomaram conta do mundo. Começou timidamente, em 1984, com A Vingança do Nerds. Durante a década de 1990 eles foram humilhados, zoados e deixados de lado pela turma popular da escola. Mas a tecnologia entrou com tudo na vida dos seres humanos e agora os nerds é que são os grandes detentores da popularidade.

    Big Bang: A Teoria (The Big Bang Theory), é um seriado cômico que mostra a vida de Leonard (Johnny Galecki) e Sheldon (Jim Parsons), dois amigos que moram no mesmo apartamento e que entendem tudo sobre física, mas têm problemas pra se relacionarem com as “pessoas normais”. Para completar, eles têm dois amigos, também nerds, que sempre freqüentam o apartamento: Rajesh Koothrappali (Kunal Nayyar) e Howard Wolowitz (Simon Helberg).


    A realidade dos quatro muda quando Penny (Kaley Cuoco), a menina loirinha, bonita e de inteligência questionável – diante da deles - se instala no apartamento em frente. Leonard se interessa por Penny logo que a vê e acredita que pode ter a chance de amar.

    Leonard aparenta ser o menos nerd dos quatro. Parece ser o ponto entre o mundo dos computadores, jogos de videogame e revistas em quadrinho e a realidade social convencional da maioria das pessoas, o que torna as suas tentativas de parecer normal em situações tidas como corriqueiras, um prato cheio para risadas. Sheldon não se preocupa com o contato humano, acredita ser superior, por conta da sua inteligência. Ainda assim não deixa de ser cômico com a falta de noção dentro de questões que envolvem relacionamento e etiqueta social.

    Os personagens que aparecem em torno desse núcleo também são um deleite pras risadas. As visitas da mãe de Leonard e a rixa entre Sheldon e um de seus colegas de universidade são hilárias.

    Big Bang: A Teoria está na terceira temporada nos Estados Unidos. No Brasil é transmitida pela Warner Channel.

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