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By Ferramentas Blog

Carnaval

19 de fev. de 2010

Eu já falei antes sobre o meu bairro, que finalmente está evoluindo. Calçamento, sistema de esgoto, rede pluvial... Estamos chegando numa era civilizada! E aqui sempre foi um lugar que considerei seguro. As crianças brincavam (e ainda brincam) na rua, os pré-adolescentes conversam em frente à casa... Era assim quando me mudei, é assim hoje.

Mas a segurança não é a mesma. Há muito mais carros não só no bairro, mas na cidade como um todo. Com as ruas calçadas, a velocidade é maior. E crianças pequenas são desatentas. Vi o risco quando, do nada, de uma casa com o portão aberto, correu um menino de uns 5 anos, seguindo o cachorro, na frente do meu carro. Choque, freada brusca, desespero da mãe, desespero meu, total despreocupação do pirralho. A situação me assustou e fiquei com um monte de "ses" na cabeça. E se fosse um motorista mais desatento? Ou dirigindo mais rápido? E se o menino tivesse corrido um segundo mais cedo? E se tivesse atropelado o cachorro? Pior: atropelado o cachorro na frente dele? Se fosse num horário de maior movimento?

No carnaval aconteceram algumas situações arriscadas. Acabei de ouvir essa da nossa diarista:

I.
Carnaval, feriado, 3h da tarde. Uma mulher foi assaltada aqui na rua, saiu correndo chamando os vizinhos para alguém ligar para a polícia. Nunca tivemos mais do que pequenos ladrões de ocasião. Aquele moleque que vê o portão aberto, a bicicleta exposta, entra, pega e vai embora. O carroceiro malandro que anda com uma cadela no cio e amarra os cães machos que fogem das casas atrás de uma parceira e os leva embora. Nada envolvendo armas e grande violência física. Até agora. Com a quantidade de casas e prédios, estão aumentando também os crimes.

II.
Carnaval, feriado, início da tarde. Levo o carro para abastecer e aproveito que o posto de gasolina fica num supermercado para comprar o baralho de Uno e o presente de uma amiga. Achei um livro ótimo e o jogo. Aproveitei para ver se tinha as bebidas de mais tarde e Gatorade, que estava doida de vontade de tomar um!

Entro no primeiro corredor de bebidas e dou de cara com um homem, uns 30 anos, mal encarado, cabelo raspado nas laterais, uma menina de uns 4 anos do lado, uma cesta com uns poucos itens, colocando latas de cerveja na bermuda e as escondendo com a camiseta. Não levou mais do que alguns segundos. Ele também me viu, o sangue gelou, o cérebro parou, dei meia volta.

Encontrei um dos vigias do supermercado logo adiante. Resolvi que iria comunicar o fato. Quando abri a boca para falar, ali estava ele na minha frente. O ladrão. Me encarando. Qualquer lógica me abandonou. De repente eu soube que ele seria capaz de coisas piores do que roubar cerveja num supermercado. Eu não consegui falar nada, não consegui abrir a boca, não conseguia me mexer, não conseguia pensar. Esse tipo de coisa é o pior que eu imagino que possa acontecer numa situação como essa.

Vi um vigia passando pelo terceiro corredor. Entrei no primeiro, segui por trás até encontrá-lo, expliquei a situação, ele saiu com seu radinho atrás do cara. Eu passei o resto da tarde em estado de choque. Não existe mais lugares seguros no mundo, disso eu já sabia, mas naquela tarde cheguei à conclusão de que João Pessoa é menos segura do que imaginava. Existem lugares piores do que aqui e essa podia ser apenas uma daquelas situações de estar no lugar errado e na hora errada. (E qual não é?)

Levei meu Uno pra casa do BF, surtei um pouco, cochilei um pouco, mas ao menos o jogo rendeu boas gargalhadas no fim da noite. Ao menos o meu objetivo consegui: fugi do lixo carnavalesco das músicas de baixa qualidade, desfiles de escola de samba e carnaval baiano, reuni amigos, ri horrores, me diverti e não ouvi um apito!


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