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By Ferramentas Blog

3 anos

29 de abr. de 2010


Quando eu conheci meu namorado éramos amantes e eu, a esposa do governador. Ele era o mordomo e a ideia era pegar a fortuna e fugir, provavelmente para alguma ilha paradisíaca.

Era minha primeira - e única, até agora - vez num live action e eu não tinha muita ideia do que fazer. Ele era um pouco mais baixo, mais magro, tinha o cabelo mais curto e eu o achei bonitinho, mas não decorei seu rosto nem seu nome. Não estou brincando quando digo que não tenho memória. Eu era novinha, boba, tinha um namorado que foi uma das piores escolhas que fiz na vida e estava de rosa-choque.

Anos depois, com o dito namoro terminado há anos, outro rompido há meses, lembro-me da história. Na verdade, lembrei-me da história várias vezes nesse período. Lembrava quem era o governador, porque o encontrei algumas vezes depois do acontecido. Não lembrava quem era a violinista a quem dei carona nem quem era o meu amante. E queria me lembrar do meu amante, oras! Parte essencial do jogo!

Então uma colega, recém conhecida do meu recém iniciado curso de Jornalismo, me fala da banda do namorado, de como só tem homem bonito, que 3 estão solteiros e fala desse "falso-magro", elogiando o 6-pack (vulgo tanquinho) que só descobriu que ele tinha numa reunião da banda na casa dele, em que ele estava de toalha. Confesso, interessaram-me os fatores:
a) guitarrista;
b) portador de um tanquinho;
c) bonito e
d) solteiro.
(Não exatamente nessa ordem.)

Na casa de outra colega, prestes a fazer um trabalho, a garota me mostra os orkuts e dá ênfase ao guitarrista e ao vocalista, ao longo do dia (e mais algumas vezes nos dias seguintes) soltou algumas informações que ultrapassavam o quesito físico.


Esse guitarrista não me enganava. Eu já o tinha visto antes. Mas onde? Chegando em casa entrei de novo no perfil do orkut dele. E de novo. E vasculhei os amigos. Ele não tinha comunidades. Como diabos ia descobrir de onde o conhecia?

E ele entrou no meu orkut. E trocamos mensagens. E ele revela que foi meu amante no live action e tudo faz sentido. O rosto borrado ganha nitidez. O resto... é história.


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Tim Burton's Alice

28 de abr. de 2010


Após esperar dois anos por este filme, fui ao cinema assiti-lo sem a menor empolgação. Explico: a produção do filme fez o maior alarde, criou a maior expectativa, todo mundo ficou cogitando se seria um filme sombrio ou extremamente colorido, qual lado da criança louca de Tim Burton seria utilizado para o filme. Confesso que, logo de cara, há dois anos, achei que não podia haver melhor diretor nem melhor Chapeleiro Maluco (Johnny Depp - de quem gosto muito, só não acho bonito).

Aí lançam o filme lá fora e nós, brasileiros, ficamos a ver navios e os lindos pôsteres nas entradas dos cinemas. Babei aqui e babei em Teresópolis. Finalmente o dia da estréia no Brasil e eu agendo com uma amiga para ver no primeiro fim de semana. Não dá muito certo, mas acabamos indo ver na segunda-feira, 25/04. Eu, ela, Deny e Chris, do Diva Genérica, Rafaella, os respectivos de quase todo mundo e um casal amigo deles. Vale salientar que, depois dos twits de @thikos, eu fiquei sem nem querer perder meu tempo, mas Deny já tinha comprado meu ingresso, era um evento social (já fui a festas com menos gente) e minha primeira experiência com as novas salas 3D. Fui.

E fui com expectativas baixíssimas. Já sabia que Burton ia misturar um pouco dos dois livros, Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho, se ater mais ao segundo e adicionar coisas que não estão em nenhum dos dois. Tinha noção da faixa etária recomendada de 10 anos e já tinha lido por cima que não podia esperar grande coisa dos diálogos.

Estamos com uma história infantil nas mãos. E é isso que Alice é: uma história para crianças. Os livros foram feitos para crianças. A animação da Disney foi feita para crianças. A obra literária é mais robusta, exige um pouquinho mais da mente, trabalha um pouco mais certas coisas, porque o veículo - o livro - permite isso. E lembrem-se: as obras de Hans Christian Andersen e dos irmãos Grimm também são para crianças e nem por isso deixam de ser, muitas vezes, assustadoras. A Pequena Sereia mesmo passa por mil torturas e, no final, se dissolve em espuma! A Disney trouxe uma versão bem mais açucarada e os nossos tempos dizem que criança não lida com morte, perda e essas coisas todas. Mas estou divagando, isso é um texto sobre Alice no País das Maravilhas, não uma comparação entre os contos de fadas originais e as versões Disney, que eu também adoro.

O visual do filme é belo! Os figurinos e maquiagens me deixaram boquiaberta. E sim, tivemos Burton, a criança doida colorida, ainda que, assim que Alice entra no mundo fantástico, nos deparemos com algo bem mais sombrio do que a versão anterior (a animação), mas que eu achei condizente com o livro.

Alice (Mia Wasikowska) se recusa a acreditar que esteja vivendo toda aquela loucura até quase o fim da trama, mas ainda assim ajuda seus novos velhos amigos o máximo que pode e, no final, quando finalmente acredita no impossível, leva para o mundo real "real" tudo o que aprendeu sobre si no mundo inferior e toma as rédeas da própria vida de um jeito muito pouco condizente com uma garota da época. Nada que eu não esperasse. Mas sou grande fã de desenho animado, comédias românticas açúcar-com-água e histórias de "é mesmo, eu sou a dona do meu nariz!". Como não fui esperando ver o livro narrado na tela e querendo me encantar com as imagens fabulosas, valeu a pena. Mas eu não pagaria para ver novamente no cinema.

Além da cabeçorra fabulosa da Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter), que acredito ter ficado excelente no personagem, adorei os trejeitos "nojentinha" da Rainha Branca (Anne Hathaway)! Aquela mãozinha sempre no ar, meio que "não quero tocar o mundo", tornaram a personagem marcante e engraçada, além de - vejam só! - não ter ficado nojentinha.

O Gato que Ri (Cheshire Cat), com voz do Stephen Fry, é, mais uma vez, o meu personagem preferido! Não falarei a respeito dele, porque não sei como fazê-lo sem contar detalhes importantes do filme e quero evitar os spoilers.

No fim das contas, não é tudo aquilo que dois anos de teaser nos fizeram crer que seria. Acho que isso se deve justamente à criação de expectativas. Todo mundo foi ao cinema esperando ser arrebatado pela genialidade do filme ou algo assim e não é para tanto. Mas também não é um filme ruim, que lhe faça implorar pela hora de acabar para sair logo do cinema porque não aguenta mais! Acho que vale uma meia entrada numa sala normal.

A Sala 3D
"Ó, céus que emoção, um filme em 3D!" Not that much. Quando eu era criança, fui ao Parque da Mônica (Shopping Eldorado, SP, nem sei se existe, li em algum canto que iria fechar) algumas vezes e lá tinha cineminha 3D. Todo mundo sentado no chão, com óclinhos azul e vermelho, tentando pegar os peixinhos que saíam da tela em nossa direção.

A tecnologia mudou, os óculos são bem menos... artesanais e os efeitos não são mais o espetáculo em si, mas o complemento da história. Veja um texto sobre a nova tecnologia aqui.

Achei que o filme em 3D é muito interessante por causa da perspectiva e profundidade apresentadas, coisa que não dá para ser feita da mesma maneira num filme normal. Muita gente esperava passar o filme tentando pegar borboletas e desviando de possíveis projéteis. Confesso, eu desviei de uma xícara de chá, mas faço isso vendo 300 de Esparta pela 108ª vez na TV de casa, então não sirvo de referência.

Os efeitos 3D não são tanto o de coisas  fora da tela, mas o de dimensões diferentes dentro dela. Acho que dá para comparar com um palco de teatro, só que com um cenário melhor. Gostei disso. Há horas em que fica cansativo, mas no geral, a experiência é positiva (não tanto para o bolso, portanto não devo repetir tão cedo).


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Dia 4 (III) - Sancho Panza

26 de abr. de 2010



03.04.2010
23h, dirigimo-nos ao Sancho Panza Cafe, que estava a uma semana de comemorar seus 10 anos de existência e tinha gente saindo pelo ladrão. A noite estava fria, mas o bar estava bem quente. Não tanto quanto os bares daqui de João Pessoa que insistem em não possuir circulação de ar decente nem ar-condicionado, é verdade. Mas eu estava feliz de estar com uma blusinha branca levinha por baixo do casaco.

Sem mesas para nos sentarmos, por enquanto, ficamos no balcão, aonde fomos atendidos pelo dono do bar, que me serviu uma Ice Blue, drinque que eu estava curiosa para provar desde de tarde. A invenção foi do Fernando, o dono; assim que a Smirnoff Ice chegou ao Brasil, ele deu um jeito de incrementar a bebida. E é super-simples: basta adicionar um pouco de Curaçau Blue à garrafa. Fica gostoso, mas ainda mais perigoso: se a Ice já parece um refrigenrante normalmente, depois dessa adição, parece ainda mais inocente (mas beba cinco seguidas e veja se você anda em linha reta muito tempo...).

Com dois caras que entendem de música, não podia deixar de prestar atenção na banda. Os músicos pareciam ser bons, mas não gostei da voz do vocalista. As poucas músicas boas do repertório não combinavam com ele. E a insistência na década de 1980 também foi um erro, na minha concepção. Eles se aventuraram, no máximo, pelo início dos anos 90 e, quando tocaram o Parabéns da Xuxa e descambaram para o Ilariê e afins, a galera foi ao delírio, eu fui ao facepalm.

Mas a noite foi divertidíssima (apesar da trilha sonora)! O lugar é muito legal, todo decorado com a temática mexicana, a área é até grande, possui um palquinho, as bebidas são legais (eu provei a marguerita do namorado, está aprovada) e a comida, saborosa. Pedimos duas pizzas, que vieram numa massa fininha, que lembra o pão que comemos com guacamole, cortadas à francesa para facilitar nossas vidas.

Momento leseira: eu esqueci todos os documentos na casa. Quando o tio do meu namorado foi deixar os nossos casacos no carro e voltou, o segurança confirmou com ele se eu realmente tinha mais de 18 anos, porque estava cheio de "criança" e, de vez em quando, tem batida por lá. Imagina se acontece uma naquela noite e eles resolvem me elogiar, pedindo minha identidade?

Localização
O Sancho Panza Cafe fica na Avenida Oliveira Botelho, 80, em Alto, Teresópolis (ver no Google Maps). Funciona de segunda à quinta-feira, das 19h à 1h e na sexta e sábado, das 19h às 4h. No site (http://www.sanchopanza.com.br) há mais informações sobre o bar e sua história. Infelizmente as páginas de cardápio ainda estão em construção. Telefone: (21) 2642.6760 

UPDATE
Esqueci de falar isso ao mencionar a banda. Gostei muito de algumas coisas que vi em Teresópolis que descobri valerem para o Rio de Janeiro como um todo e, aparentemente, também vale para São Paulo. Além de ganharem bem, os músicos têm uma folguinha. O show é dividido em duas partes. No Sancho, o intervalo durou uns 20 minutos (durante os quais tocaram as melhores músicas da noite) e a banda retornou, descansada, alongada e abastecida. O som também estava bem distribuído pelo bar. Lembrei por causa deste twit do Rhino Pub.

*Todas as imagens foram retiradas do site do restaurante. 
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Dia 4 (II) - Passeio pela cidade

20 de abr. de 2010


03.04.2010
Depois de almoçar (por volta das 16h), conhecer o condomínio e correr pra cima e pra baixo com o priminho fofo do namorado (ok, o namorado correu, eu fiquei só tirando fotos), o tio nos levou para conhecer a cidade, que se desenvolveu em volta de duas ruas, basicamente.

Vista Soberba
Primeiro, fomos ao Mirante do Soberbo, em frente ao trevo de entrada da cidade. Vista maravilhosa da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, Niterói e Alcântara. Eu, sem câmera e sem saber que o tio do meu namorado havia levado a dele, fiquei só olhando. É, também, o melhor lugar para admirar o Dedo de Deus, um dos picos da região que se assemelha a um dedo indicador apontado para o céu.

Da esquerda para a direita, picos Escalavrado, Dedo de Nossa Senhora e Dedo de Deus.

Shopping 
(Porque não se vai a uma cidade sem se conhecer seu shopping, né?)
Voltamos para Teresópolis. Como o sol já havia se posto (vimos o Soberbo no lusco-fusco do fim do dia - belíssimo), deixamos a ida à sede da CBF para uma próxima vez (mais uma vez: estou profundamente arrependida de não ter passado mais uma semana lá!) e seguimos para a farmácia e para o enorme shopping de Teresópolis.

A cidade tem mais de um shopping, mas parece que o Teresópolis Shopping Center é o mais frequentado. Compacto, com quatro andares, se não me engano, escadas rolantes bem próximas (aprenda, MAG Shopping, por favor), diversas lojas com cara de grife que ganharam espaço no Rio de Janeiro e São Paulo, mas que começaram como barraquinhas na Feirarte, uma Mr. Cat com sapatos femininos (em João Pessoa só vendem a coleção masculina) e uma divina ankle boot na vitrine, com o preço módico de quatro parcelas de R$64.

Namorado só viu os R$64, não o 4x minúsculo ao lado e falou "Ah, tá no preço..." Mas antes que ele me falasse para provar, mostrei o valor total lá embaixo na etiqueta, com o menor tamanho possível. (O pior é que a bota está no preço, sim. Botas custam caro, infelizmente. E, para usar uma vez por ano, acho melhor deixar para lá.)

Voltando
Na volta para casa, paramos no Sancho Panza Cafe. O dono estava do lado de fora, fiscalizando a limpeza do local para o show mais tarde. O cara é amigo do tio de Gustavo, ficamos conversando um tempo, ele se surpreendeu que as pessoas aqui achassem que tenho sotaque de fora, pois, para eles, tenho um sotaque paraibano fortíssimo (vai entender...), e vimos o bar por dentro. Uma graça! Temática mexicana, um pequeno palco, me falaram de uma tal de Ice Blue, que mexeu com minha curiosidade... Ficou a promessa de passarmos mais tarde, para curtir o ambiente.

* Foto do Soberbo via Portal Terê
* Foto da bota via Mr. Cat
Os outros dias:


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Perfil

18 de abr. de 2010

- Você caiu numa interrogação.
- Oba!
- É uma pessoa. Escolhe um número.
-1.
-"Meu nome é Maria das Graças."
-Hm... Sei não! 2.
-"Perca sua vez."

***
Sim, é um fato real. Não não vou contar quem não sabia que era a Xuxa. Só para tapar o buraco dominical. Depois volto com o diário de viagem.


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Camisinhas Testadas (2)

17 de abr. de 2010

Eu sei, eu tenho um diário de viagem para escrever, mas bateu preguiça, branco, crise de escritor, tudo o que vocês imaginarem! Como eu prometi um novo post sobre as camisinhas da Prudence que ganhei na promoção Testadores para este mês, aqui vai:


  • A Prudence Fire, como o nome diz, esquenta. Felizmente não esquenta muito. Achei que o efeito seria forte, mas ó: só deu para sentir o calorzinho no contato com a mão. No mais, ela parece ser fininha. Não gostei da lubrificação. Ou melhor, da falta dela. Das testadas até agora é a que apresenta pior lubrificação (a única na verdade, as outras foram ótimas), então é sempre bom ter por perto um lubrificante a base de água.
Eu não acho que ela seja recomendada para sexo anal, mesmo esquentando pouco. A reação pode ser diferente.

E... é só!

Sorry folks. Eu não estava muito preocupada em pegar uma camisinha diferente, a mais próxima, inteira, dentro da validade e ainda não utilizada era simplesmente a melhor.

Imagem daqui (fiquei com preguiça de tirar foto também).


A primeira leva de camisinhas testadas.
O texto sobre a chegada das camisinhas.


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Dia 4 (I) - "Terê"

16 de abr. de 2010


03.04.2010
Sábado. Acordamos e, para minha mais absoluta felicidade, nós não gripamos! Ainda na cama, o celular do namorado toca. Seu tio, com a proposta de nos levar para conhecer Teresópolis, passar o fim de semana lá. A tia dele nos pegaria quando estivesse saindo do trabalho.

Empacotando
24h fora de casa. Uma malona gigante e uma frasqueira. A mala, óbvio, era algo inviável de levar para lá contendo apenas umas mudas de roupa e os cosméticos e produtos indispensáveis (sim, continuo na minha trabalhosa batalha contra a acne). Quando comecei a ficar preocupada me lembrei que um dos meus "super-poderes" é fazer coisas impensáveis - ou quase - caberem dentro da bolsa. Se no segundo encontro eu tirei um casaco de dentro de uma bolsa de mão, com certeza tudo o que eu preciso caberia dentro da frasqueira.

E foi por pouco. Como ligaram novamente lembrando-nos de levar roupa de banho, uma calça de dormir teve que ir na pasta que meu namorado estava usando como mala. Ele sugeriu que eu fosse usando o meu lindo e maravilhoso sapato azul, já que eu queria tanto estreá-lo, e empacotasse a sapatilha rasteira. E assim o fiz.

Roadtrip
A viagem foi muito agradável, apesar de tudo. Tenho um histórico de passar mal ao viajar por estradas ondulantes, subir a serra comigo sem um Dramin ou coisa que o valha nunca foi um bom negócio. Mas, surpreendentemente, o caminho não me afetou.

A medida que íamos subindo, a vista ia ficando mais impressionante com os morros, picos e montanhas. Passamos pelo Dedo de Deus e subimos para Teresópolis, carinhosamente apelidada de Terê.

Os tios de Gustavo têm uma casa num lindo condomínio, com 13 outras casas, fora da cidade, entre Teresópolis e Nova Friburgo, se não me engano. Ao redor, mata. Ao fundo, uma piscina aquecida, na qual eu não entraria, pra ficar batendo queixo depois (temperatura ambiente: agradáveis 18°C, acredito eu, mas minha memória não é tão confiável assim), uma quadra de areia e um riacho, a coisa mais linda do mundo!

De Niterói (março-abril 2010)
Tirei umas quatro fotos desse rio...
O tio de Gustavo disse que a água é geladíssima, impensável de entrar no outono/inverno/primavera, mas muito boa no verão, porque tem algum sol para contrabalancear. Deu vontade. (Não, não no inverno, que eu não sou tão louca assim.)

Conhecemos alguns primos mais velhos de Gustavo (um deles meu xará), tirei fotos, descarreguei a câmera antes da hora e, infelizmente, não pude registrar o resto do dia.

De Niterói (março-abril 2010)
De Niterói (março-abril 2010)
Vista de uma das montanhas, da entrada da casa.
De Niterói (março-abril 2010)
Feio, né? ^^


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Dia 3 - Museus

12 de abr. de 2010

02.04.2010
Acordada desde as 8h da manhã, estava ansiosíssima para sair quando, às 14h, pusemos os pés na rua. Um belo dum sol brilhando sobre nossas cabeças e eu resolvi que tinha sido uma má idéia usar o coletinho que minha mãe fez. Mas o calor estava bem mais ameno do que em João Pessoa. O vento aqui é frio, nada de bafo quente.


Ilha de Boa Viagem
(eu acho)
Começamos nosso passeio indo até o que eu desconfio que seja a Ilha de Boa Viagem, que dá nome ao bairro. Eu queria muito subir, chegando no segundo terço, vimos que os portões estavam fechados. Mas tive uma bela visão do Rio e do MAC dali da ponte. Sim, renderam fotos. =)

De Niterói (março-abril 2010)


MAC
O Museu de Arte Contemporânea, obra de Oscar Niemeyer, é lindo por fora! Eu gosto do trabalho de Niemeyer, não vou mentir... Chegamos, entramos, pagamos ingresso (R$ 4 inteira, R$ 2 meia) e subimos para a parte da exposição que é... decepcionante. Um amigo já havia dito que eu não encontraria arte ali, mas resolvi arriscar. A curiosidade mórbida que matou vários gatos ao redor do mundo me impulsionou a arrastar um namorado a contra-gosto até o lindo prédio para ver se as obras lá expostas teriam salvação.
Anand, em sua visita ao MAC (anterior à minha viagem)
admirado com a "obra de arte". Bom, ele avisou...

Não tiveram. As esculturas eram alguns carimbos jogados. Os quadros eram páginas de jornal pintadas de branco, exceto pelas fotos coloridas. Algumas fotos eram muito boas, mas o crédito aí vai para o fotógrafo (que teve seu nome coberto pela tinta), não para o artista.

A vista do lugar, no entanto, é linda! Namorado acha que a da varanda dele é mais bonita. Eu não saberia dizer. Fiquei encantada com as duas, pra mim é tudo novidade e eu passaria mais um bom tempo olhando para tudo aquilo sem saber dizer "esta é melhor" ou "aquela é melhor". A beleza da vista não é mensurável, é apenas diferente, um outro ponto de vista.

De Niterói (março-abril 2010)

Descemos um andar. Fotografei um edifício que achei muito bonito, apesar dos arredores e resolvi dar uma olhada nos postais e outros suvenires. Lindas fotos do MAC dos mais diferentes ângulos em postais, marcadores de página, ímãs e diversas outras coisas que não identifiquei. Queria comprar montes de postais, mas acho que por R$ 5, eles estavam caros de mais. De volta pra ponte, farei meu próprio postal do MAC, muito melhor que esses, porque será a minha visão, minha fotografia.

De Niterói (março-abril 2010)

Museu Antônio Parreiras
Nem eu estava satisfeita com o MAC nem o namorado acreditava que eu o deixaria em paz, então decidimos ir até outro museu próximo, com exposição permanente do pintor naturalista. São duas salas no primeiro prédio, que foi a casa de Antônio Parreiras, que eu visitei sozinha, por causa do mofo.

Subindo uma ladeira e uma escada, dois novos prédios. Um, a casa da filha, na qual não há quadros expostos. O outro, o ateliê do artista e a casa do filho. São 3 andares, o último contendo obras de outros artistas que seguem a mesma linha. Um, que infelizmente esqueci o nome (tanto do quadro como do artista) apresenta duas mulheres num café, olhando o pôr do sol na Baía da Guanabara. Me encantou e o guia disse que encanta quase todo mundo que vai lá.

Nos andares inferiores deste prédio estão os quadros maiores. São todos muito impressionantes, imponentes, mas falta espaço para admirá-los com clareza. Não tem como apreender todo o quadro, por causa das dimensões da casa.

De Niterói (março-abril 2010)

Esta visita me deixou satisfeita, acabou com a bateria da câmera bem antes do que eu gostaria e acabou com minha aventura pela cidade. O próximo passo seria fazer feira, porque existia uma grande possibilidade de irmos para Teresópolis no dia seguinte e não tinha quase nada em casa. No entanto, a alergia nos pegou de jeito. Já estávamos achando que era gripe, devido aos sintomas.

Fomos para casa descansar, tomar remédio e ver se seríamos gente no dia seguinte ou duas criaturas febris, molengas e - no meu caso - reclamona.

Visitação
O site de turismo da cidade de Niterói contém informações sobre lugares e seus horários de visitação, preços, telefones e afins. O do MAC está desatualizado, listarei aqui as informações que tive na minha visita.
  1. MAC :: Como eu falei acima, o museu foi projetado por Oscar Niemeyer e localiza-se no Mirante de Boa Viagem (av. Litorânea, praia de Boa Viagem, s/n). Funciona todos os dias, das 10h às 18h, incluindo fins de semana e feriados. A entrada custa R$ 4 (meia-entrada R$2 para estudantes com carteira e, acho, alunos da rede pública, crianças com menos de sete anos e adultos com mais de 65). Às quartas-feiras, a entrada é gratuita (#fikdika, hein?) Telefone: (21) 2620.2400.
  2. Museu Antônio Parreiras :: Com exposição permanente do pintor, o prédio foi construído no final do século 19 e transformado em museu em 1941. Funciona das 10h às 17h de terça à sexta-feira e das 13h às 17h nos fins de semana e feriados. A entrada é gratuita e o uso de câmeras filmadoras e fotográficas, desde que sem flash, é permitido. Localiza-se na rua Tiradentes, 47, Ingá. Telefone: (21) 2717.1000. E-mail: map@funarj.rj.gov.br
Os outros dias:


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    Trabalhos e links

    10 de abr. de 2010

    Parei com essa brincadeira de memes por aqui. Farei as próximas num tumblr que criei, mas ainda não editei, que funcionará no endereço a seguir:

    http://fernandica.tumblr.com

    Estou oficialmente trabalhando com revisão e tradução de textos, portanto, se você tem uma monografia, um abstract ou uma cartinha de amor precisando de pingos nos is (e acentos, verificação ortográfica, gramatical ou se o seu objeto de desejo é gringo), fique a vontade para entrar em contato. Tudo o que você precisa saber está na página de contatos do Revisando, mas pode falar por aqui também.
    http://sites.google.com/site/revisando1/home



    Andei me metendo em blogs outros. Dei o ar da graça no Penteadeira há alguns dias, falando sobre o gloss da Arezzo.
    http://penteadeira.tumblr.com

    Sou (serei, na verdade) figurinha constante no Editor Vilão. Lá, falo sobre produção textual em diversos aspectos. Alguns, bem fora do tradicional. Meu primeiro texto já foi publicado. Estou preparando os próximos.
     http://editorvilao.com.br

    O Editor Vilão também está no:
    Twitter (@editorvilao)
    Facebook
    YouTube
    Google Buzz
    E você pode assinar o feed aqui: http://feeds.feedburner.com/editorvilao

    Em breve, volto com meu diário de viagem, impressões de Niterói e fotos. Sim, já finalizei e estão lindas! =D

    Estou participando de uma promoção da Cravo & Canela e, se não for pedir demais, queria que vocês me ajudassem e clicassem no "clique aqui" roxo aí embaixo. =D


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    Dia 8: Mais chuva, quedas de energia e o inevitável retorno

    8 de abr. de 2010

    07.04.2010
    Noite anterior
    Na noite do dia 6, por volta das 23h, faltou luz novamente. A chuva não era tão violenta quanto na noite anterior, mas com tudo já encharcado, imaginamos que fosse haver novos acidentes. O mar na Baía de Guanabara estava agitado, as ondas batiam contra as rochas. Se a calmíssima Baía estava assim, nem quero pensar em como estaria o resto.

    BF chamou 3 amigos para o apartamento, para ver o mundo se acabando e tocar violão. Ao menos estava frio e a eletricidade voltou logo no Rio de Janeiro. Apesar de serem poucas e distantes, as luzes providenciaram um mínimo de iluminação no apartamento no último andar. Eu, gênia, tomei o fato da noite anterior como evento isolado e não comprei velas. Como nenhum dos meninos tinha, então, pelo menos, a queda de energia não é algo frequente, eu que dei azar mesmo.

    A cantoria e as risadas seguiram noite adentro, mas sou fraca. Decidi ir me deitar a 1h da manhã, que já estava cochilando na cadeira. Logo fiquei sabendo que a energia elétrica retornou cerca de meia hora depois, interrompendo a festinha improvisada e levando cada um de volta para seu apartamento.

    Dia calmo

    Desenho animado na TV, BF dormindo até tarde, a garoa caindo lá fora, foi um dia sem grandes novidades. Vôo remarcado, taxista confirmado, cólica, reunião do BF com o orientador dele na UFF. Pensei em ir para o shopping, dar uma volta, mas cada vez que eu criava coragem, a chuva apertava. Desisti.


    Preparação

    Ajudei o BF com o jantar e, infelizmente, chegou a hora de arrumar a mala. Tchau BF, tchau Rio, tchau friozinho gostoso, tchau Niterói, tchau vista para a belíssima baía, tchau apartamento no último andar, praticamente sem inseto, com cama de casal, ar-condicionado e o melhor roommate do mundo. Sim, eu fiquei deprimida.

    Em primeiro lugar, estava achando ótima a brincadeira de "dona da casa". Ok, eu não fazia muito mais do que lavar os pratos (e queimar o arroz no último almoço, pardonez-moi!). Mas eu lavei algumas roupas, se tivéssemos ido ao supermercado, eu teria sido de alguma ajuda, porque pelo menos sei escolher as coisas. Não tinha irmão enchendo o saco. Eu estudei (só em 2 dias, mas estudei), tirando quando queria um livro pra ler e não tinha nenhum, eu gostei da brincadeira de estar num canto calmo, tranquilo, silencioso e geladinho...

    Senti que eu gostaria de sair de casa. Na verdade, eu sempre esperei ansiosamente por esse momento, mas vi que, talvez, esteja na hora. E que sim, eu sobreviveria.

    Partida

    21h40. O táxi já me espera na portaria. Despeço-me do BF, não tão longamente quanto gostaria. Descemos o elevador. Despeço-me do porteiro, dou um último abraço no BF, que coloca minha mala no carro, me contenho para não chorar e vou embora, olhando para a entrada do edifício e para o meu rapaz por trás do vidro fumê, doida para poder ficar indefinidamente. Triste porque não sei quando vai ser nosso próximo encontro. Achando que foi muito pouco tempo, que nem deu tempo de me acostumar.

    No táxi, o motorista me informa: novo desabamento, 50 casas foram soterradas num morro em Niterói. Ainda não se tinha noção de quantas foram as vítimas. Enquanto cruzávamos a ponte em direção ao Rio, vimos bombeiros, ambulâncias e policiais indo para Niterói.

    Vôo

    Tranquilo, sem surpresas no início. O inglês dos tripulantes é sofrível, mas isso não é novidade. Diversos assentos vazios. Ao meu lado, um rapaz, de Guaratinguetá, se não me engano, conversava com a moça na cadeira da janela. Eu ouvia um pedaço da conversa. Ele nunca foi a João Pessoa, mas sua mãe é de lá. Ela, não sei bem o que estava fazendo. Estavam se conhecendo. Tiro um cochilo breve, e as luzes do avião se acendem para o lanche e vejo que o casal passou para o reconhecimento fisiológico. Taí algo que eu nunca imaginaria: uma ficada num vôo de 3 horas com uma desconhecida na cadeira ao lado.

    Chegada

    O avião ficou 15 minutos rodando o aeroporto para poder pousar. Os pais do BF me pegaram no aeroporto, a volta foi tranquila. Logo vi que tinha deixado um monte de coisas em Niterói: as chaves de casa, o cadeado da academia, minha agenda...

    Depois de acordada, mais ou menos reinstalada, sofrendo com o calor pessoense (estava dormindo tão bem lá, aqui  fico virando de um lado pro outro e suando o tempo todo...), entrei em contato com o meu "niteroiense" e vi algumas notícias na TV.

    Mais Niterói

    O acidente que soterrou as 50 casas, que mencionei lá em cima, matou pelo menos 200 pessoas. Diferente do que pensávamos ontem à noite, parece que o lugar era um depósito de lixo e os gases acumulados sob a terra geraram uma explosão. Acumulada à chuva, terreno encharcado, ocupação irregular...

    Seguindo o twitter @LeiSecaRJ, ouvindo as rádios cariocas no www.radios.com.br e conversando com o BF no MSN, estou tendo informações atualizadas do que está acontecendo. Assaltos no Centro, no Shopping Plaza, arrastões, atentados... A polícia desconversa, fala que estão havendo protestos. Desconfio. Ela diz isso para evitar pânico.

    Repito o que os prefeitos do Rio de Janeiro e de Niterói falaram na terça-feira, quando foi decretado o estado de calaminade pública em Niterói: não saia de casa a não ser que haja necessidade. Violência, protesto ou irregularidades da natureza: quem é que vai querer estar lá para ver e correr a chance de ser incluído na coisa toda?

    (Ok, os jornalistas e aqueles que prestam socorro à população, fora isso ninguém tem nem pra quê ficar lá. Aproveita o climinha bom, deixa o rádio ligado, pega um livro e se estica no sofá. Era o que eu queria estar fazendo.)

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    Dia 7 - Caos?

    6 de abr. de 2010

    06.04.2010
    Adiantando um pouco o diário de viagem, vou falar logo da terça-feira, dia das enchentes, deslizamentos, alagamentos, congestionamentos e outros acidentes causados pelas chuvas.

    Não vou me estender pelo que já saiu em todos os jornais. Morreram quase 100 pessoas no estado, Niterói foi a cidade mais atingidas, com 46 mortes confirmadas até a noite do dia 6 e um monte de coisas deixaram de ser noticiadas para mostrar apenas imagens trágicas dos deslizamentos de morros e mortes. As ruas virando rios não foi o único fato preocupante e nem só de solidariedade é feita a população.

    Enquanto, de um lado, tinha um monte de gente ajudando a remover escombros e tirar pessoas de baixo dos destroços, quem ficou preso em algum congestionamento sofreu arrastão. A informação que tenho é de arrastões na cidade do Rio e assaltos em certos pontos de Niterói (o fato de ser “perto do Sendas” não é muito significante para mim nem para meus leitores de fora de Niterói, sei que fica a pouco tempo de caminhada do edifício aonde estou).

    O dia não começou bem. Desde as 21h do dia 5 que não tinha internet. À meia-noite, acabou a luz em todo canto que pudemos ver daqui do apartamento. Por volta de uma hora da manhã, os postes das ruas e algumas salas do prédio da graduação em Computação da UFF, que ainda estavam acesos, também se apagaram.

    Manhã
    Acordei às 8h, pretendia assistir à aula do professor João Luiz Vieira, no campus de Gragoatá, mas não tinha luz para olhar o mapa e a chuva ainda caía implacável. Dei uns 15 minutos, pensando se valia a pena. Não consegui lembrar o caminho para o campus, decidi voltar a dormir e mandar um e-mail para o professor, pedindo desculpas por não ter comparecido.

    Mais tarde, levanto novamente. Não fizemos compras no dia anterior por causa da chuva, então, para mim, o café da manhã estava comprometidíssimo. Sem energia, não dava para usar a cafeteira, teria que improvisar. Para minha surpresa, não havia fósforo. O fogão, por ser elétrico, também estava inutilizado. Estressada e com dor de cabeça, decidi enfrentar a garoa e comprar um café. Aproveitaria para comprar pão, fósforos, mel e um jornal, era impensável continuar sem saber o que estava acontecendo na cidade.

    Encontrei um bar/lanchonete/boteco aberto na cidade deserta, com quase todos os estabelecimentos fechados por causa da falta de energia elétrica. Pedi o café, deixei de lado a frescura de querer xícara, me daria a esse luxo depois e assuntei com o pessoal sobre o que estava acontecendo. Os donos do lugar moram em São Gonçalo, tentaram voltar para lá ontem de noite e não conseguiram, o temporal alagou todas as ruas. Às 9h da manhã, voltaram para a lanchonete, em Ingá, após passar a noite no carro. A dona, muito simpática, me falou sobre uma senhorinha¹ que é a figura da região (me lembrou um pouco do velho do doce de João Pessoa²).

    Tomei o café, descobri que havia uma mercearia aberta mais para frente, além do supermercado perto do Sendas. Parei na mercearia. Faltava o mel, mas tinha pão, fósforo e uma banca de revista ao lado. Pensei em ir até o supermercado, mas desisti. A chuva ameaçava engrossar. As poucas pessoas que estavam nas ruas se apressavam em voltar para casa. Tratei de voltar também.

    A chuva ainda estava fina, mas o vento estava mais forte. Passando por uma ruazinha mais baixa, aonde fica o prédio de Arquitetura e da pós-graduação de Computação, ouço alguém falando para o amigo andar mais rápido, que dali a pouco alagaria tudo. Já estava perto de casa, mas o alerta piscou na minha mente. Saber das notícias era uma coisa, ser a notícia não é tão atraente. As salas de aula da UFF estavam acesas, bom sinal. O bandejão e o restaurante self-service de lá, aonde almoçamos, no entanto, estavam fechados. Teríamos que improvisar, foi bom eu ter comprado fósforos.

    Notícias
    O jornal não trouxe nenhuma informação relevante. Falou das chuvas, do alagamento em São Gonçalo e mais nada. Fiquei meio frustrada, afinal Niterói estava toda fechada, não parecia haver energia elétrica em canto algum e não dizia o motivo. Também não tinha nada sobre o Rio no Fluminense, mas no Extra, da capital, que olhei na banca, também não tinha nada. Não tinha outras opções, então trouxe o da cidade, achando que encontraria algo mais do que um quarto de página falando sobre o que aconteceu em Niterói.

    Bateu cólica. Liguei para a farmácia e desci para esperar, afinal os interfones não funcionavam. Passei mais de uma hora esperando, o que me deu tempo de conversar bastante com o porteiro, que tinha andado por aí, então provavelmente sabia de algo. Ele logo me informou que houve deslizamentos, gente morrendo soterrada, árvores caídas nos fios da rede elétrica e falta de luz em praticamente toda a cidade. Somente nos dois shoppings e no Centro havia energia elétrica.

    Soube também que estava difícil de ir para o Rio, quase não tinha barca saindo e a ponte não era segura. As pessoas que chegavam ao prédio informavam que a luz estava voltando aos poucos. Por volta das 13h, a energia voltou, meu remédio para cólica não chegou e subi para almoçar.

    Ilhada
    Passei o resto do dia em casa, isolada do mundo. A internet não voltou e meu namorado foi a uma reunião na Universidade, onde, com os amigos, viu que o Rio de Janeiro como um todo estava em estado catastrófico e me ligou, pedindo para adiar o meu vôo para o dia seguinte.

    O aeroporto Santos Dumont estava desviando tudo o que podia para o Galeão, consequentemente os vôos estavam atrasando, diversos estavam sendo cancelados e, para evitar tumulto, sugeriu que eu adiasse a partida. A companhia aérea, felizmente, estava remarcando todos os vôos sem cobrar taxas.

    Nos jornais da TV, tive conhecimento do tamanho do estrago que tomou conta do Rio. Com o telefonema do tio do meu namorado, soube dos problemas não noticiados. Mais tarde, vi que podia, sim, ter partido no dia programado, mas namorado insistiu que eu pegaria muito tumulto (e eu fiquei com medo de ser vítima de arrastão, confesso) e amanhã seria mais calmo. O tio insiste para que eu fique até domingo, para ir de novo à Teresópolis. A tentação é grande (enorme!), mas não tenho roupa e tenho afazeres. Uma pena.

    Pormenores
    No mais, tivemos um dia calmo, não fomos notícia, vimos pouca coisa com o que nos preocuparmos, exceto o jantar. Namorado fez um bacalhau ótimo, não fosse pelo fato de ter esquecido de dessalgar o peixe. Meu remédio para cólicas chegou com 3 horas de atraso. Fui paquerada por um guri de uns 16 anos no caminho para a mercearia. Quase tive uma crise, porque não tenho um livro de diversão para ler e a abstinência é grande. Adoro quadrinhos, mas os heróis da Marvel, que meu namorado acompanha fielmente, não satisfazem o meu vício. Acredito que o professor vá entender por que eu faltei à aula.

    ¹ Contarei essa história depois.
    ² Estou devendo essa história a mim mesma à muito tempo.
    * Continuo sem internet! O post estava preparado no Word e um modem 3G possibilitou que eu postasse hoje.


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    Dia 2: Bela vista, mas não basta

    3 de abr. de 2010


    01.04.2010
    Acordamos tarde, fomos tomar café mais tarde ainda. Eu radiante: café da manhã feito pelo namorado, vista da Baía de Guanabara e do Pão de Açúcar da varanda, climinha nublado, mas com luminosidade, não exatamente frio, mas confortável. O que mais eu podia querer da minha vida?!


    De Niterói (março-abril 2010)

    Sair de casa. Foi isso que ficou faltando. Só ter a vista não é o suficiente, faltou sair do apartamento e ver mais de perto ou - ao menos - dar uma volta no quarteirão.

    Em São Paulo eu estava mais aventureira, talvez por ter ido sozinha e não ter que convencer uma criatura extremamente caseira de que eu preciso dar uma volta, nem que seja no quarteirão. Nunca estive aqui antes, uma volta num quarteirão desconhecido é novidade para mim e conta como passeio.

    Frustrei, claro. Tirei umas fotos muito bonitas da vista, logo após o pôr do sol, mas fiquei com a sensação de ter jogado um dia fora. Ameacei sair sozinha no dia seguinte, e minha resposta foi uma cara feia. Ele ficou de me levar para passear, desde que fosse perto, em algum lugar que não precisasse pegar ônibus.

    De Niterói (março-abril 2010)


    De Niterói (março-abril 2010)

    Acho que isso limita muito a diversão. Até porque não está fazendo sol, o clima está agradável e, saindo a passeio, não precisamos pegar ônibus em horário de pico. Não sou grande fã de pegar ônibus, no entanto isso faz parte de conhecer uma cidade e acho que é necessário.

    Se eu for embora sem conhecer o Rio, vou ter um treco!
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    Dia 1: Rio-Niterói

    2 de abr. de 2010

    31.03.2010
    O Rio de Janeiro me recebeu reticente, nublado. Enquanto o simpático Washington me mostrava aonde deveriam estar o Cristo Redentor, o Corcovado e outras coisas por trás das nuvens, eu olhava em volta do banco traseiro do táxi para coisas mais próximas, para não me frustrar sem ver os morros silhuetando o céu carioca e me frustrei: vi diversas paisagens que dariam ótimas fotografias, mas sou uma jornalista muito fuleira. A máquina estava na mala e as pilhas, descarregadas.

    No solo, o céu estava fechado, ainda que tenha aberto mais tarde - um pouco e aos poucos. No avião, no entanto, a visibilidade era ótima e perdi a chance de fotografar diversas ilhas e formações rochosas que pontilhavam o mar.

    Depois de uma breve garoa, as nuvens se espalharam um pouco e pude ver, além de diversos morros com favelas, outros tantos sem, a sombra do Cristo, o Corcovado e o que seria meu companheiro pelos próximos dias, o Pão de Açúcar.

    Ponte atravessada, Washington me mostrava coisas de Niterói. Pedacinho do Centro, outro tanto dos bairros, o futuro Museu do Cinema, o lugar de onde saem as balsas e catamarãs para o Rio... e eu fiquei com a impressão de que aqui é uma cidade pequena disfarçada de cidade grande. Vi coisas - prédios, botecos, restaurantes, teatros - que vejo normalmente em cidades maiores. Coisas que não vejo em João Pessoa. Ao mesmo tempo tem coisas que são típicas de cidade pequena. Aqui é realmente mais calmo que a capital paraibana. Vejo as pessoas andando tranquilamente na rua de madrugada. Em contrapartida, tem enormes desvantagens: no bairro em que estamos não há um caixa eletrônico 24h e, até onde eu sei, não há uma loja dos Correios por perto. Coisas básicas, mas que fazem falta.

    Cheguei perto da hora do almoço e meu namorado me levou para almoçar num restaurante da Universidade Federal Fluminense, no campus em que ele estuda. Aqui não é tudo reunido num só canto. Computação fica aqui do lado, o Departamento de Cinema fica a uns 10 minutos de caminhada, outras coisas são do outro lado da cidade... Aonde vou, vejo um pedacinho da UFF.

    O restaurante é pequeno, mas bem equipado. Ar-condicionado, ainda que as portas estivessem abertas, uma lanchonete e, ao lado, as diversas opções de comida. Muita, muita coisa e muita coisa boa! Opções variadas de salada, arroz branco e integral, carne vermelha, branca, de porco, de peixe, coração de galinha, macarrão, feijão, umas gororobas esquisitas, farofas, molhos... Botou no chinelo muito restaurante por quilo que eu já fui, não só pela variedade, mas principalmente pela qualidade da comida.

    À noite, o tio do meu namorado apareceu, para nos levar para conhecer a família e jantar. Adorei o tio e a tia e o filho deles, de 3 anos, é uma graça! Loucamente apaixonado pelo primo, estuda numa escola bilingue e veio perguntar meu nome em inglês. Puxou ao primo num outro detalhe: a cada vez que oferecíamos para sair de casa, ele se recusava e dizia que não, que o restaurante deveria levar comida para nós. Criatura tão caseira assim, só meu namorado mesmo.

    Cedemos à vontade do pequeno e pedimos comida, num japonês divino que eu queria poder colocar nas costas e levar para casa. (Ok, tem o Tanabata, que não deixa nada a desejar e é perto da minha casa...) O tio abriu um vinho e ficamos no jantar + sorvete + conversa. No caminho, tanto na ida quanto na volta, passamos pela praia e deu para ver o MAC* belamente iluminado e os morros todos acesos. De dia, ficam feios com os barracos, mas de noite parecem árvores de natal flutuando na Baía de Guanabara.


    De Niterói (março-abril 2010)


    *Museu de Arte Contemporânea, obra de Oscar Niemeyer.


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