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By Ferramentas Blog

Restaurante Tókyo

3 de dez. de 2009

A mãe de uma amiga minha disse, uma vez, que eu não poderia trabalhar como degustadora, porque comia de tudo e achava bom. Claro que achava bom, ela era uma senhora cozinheira e fazia cada comidinha mineira gostosa...

Me lembrei disso mais cedo. Estava chegando no Bessa Shopping, com a intenção de comer uma tapioca com água de coco e não gastar nem R$ 5, mas a moça me entregou o panfleto do restaurante e meu estômago me pediu para eu testar o restaurante novo. Como recusar o pedido? Mas só se não fosse caro.

Aí eu dei uma olhada. Não era exatamente barato, mas a fome também não era tanta. Dei uma olhada, a comida parecia bonita, então eu decidi arriscar. Por quê não, não é mesmo? Já que eles faziam temakis, seria a vítima da vez. Dificilmente superaria o do Tanabata ou do Temaki da Villa, mas daremos a chance.

Eles não tinham cardápio. Um "epa" piscou lá no fundo do inconsciente, mas uma mulher precisa ser alimentada antes de prestar atenção a esses sinais. Fui perguntando e me decidi pelo temaki basicão de salmão. Água de coco, só de caixinha. (Sempre acho que tão tirando uma da minha cara quando dizem isso, porque, tipo, no Bessa é praticamente atravessar a rua e tem um coqueiro! Mas tudo bem...) Vai a boa, velha e gasosa Coca-Cola mesmo.

Dou aquela twitada básica do celular, com as primeiras impressões, e observo a placa. "Tókyo". Não tinha como ser mais enfeitado. O "epa" já virou um alerta amarelo. Porque a pessoa tem que escolher entre "Tóquio", em bom português, ou "Tokyo". Mas isso é preconceito meu.

Chega meu temaki basicão. A apresentação é bonita, ainda que não seja a ideal. Um prato comum não é o melhor lugar para o temaki, porque não dá muito apoio. Há suportes específicos para isso. Considerei isso bobagem e parti pro ataque. Não é ruim, mas sabe como é... Quando se come coisas melhores, o paladar fica fresco. Ainda mais com uma comida "metida" como é a japonesa. Mas eu tenho uma séria reclamação a fazer: utilizaram arroz comum.

Arroz japonês, na minha concepção leiga da coisa, vai além do modo de preparo e do tempero (que varia de restaurante pra restaurante e eu acho superdivertido ficar observando as diferenças). O arroz oriental tem um gosto diferente e "dá a liga" de um jeito diferente do arroz nosso do dia-a-dia. Resultado: na metade o temaki desmontou e exigiu alguma habilidade da minha parte pro bicho não ir todo pro chão.

Mas não vou reprovar um restaurante por causa de um único prato. Servi-me, então, de alguns sushis, alguma coisa empanada que eu não sabia o que era e aquela couve-flor cozida que eu acho muito gostosa. O sushi também era com arroz comum (mas estava melhor temperado que o do temaki), um empanado continuou não-identificado, o outro era um pedacinho de camarão (!!!) e a couve-flor foi uma frustração. Não se deram ao trabalho de descobrir como fazia e simplesmente jogaram tempero de miojo. Ok, podia não ser de miojo exatamente, mas se eu quisesse comer comida com gosto de miojo de galinha caipira, eu tinha ficado em casa. Isso tinha na despensa.

Eu resolvi que não volto mais lá, ao menos não tão cedo. Se daqui a um ano o restaurante ainda estiver ali, é porque melhoraram. Ou porque o paladar do povo é muito pouco confiável. O Sushi Bessa, a duas lojas de distância, é mais barato e mais gostoso.


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