Então eu resolvi manter um elo entre o Natal de 2008 e o deste ano. Havia dado a primeira edição de AUTHORITY para o namorado e, tendo sido aprovado por nós dois, resolvi dar a segunda edição este ano, acompanhada de Na Prisão, de Kazuichi Hanawa.
Gostei muito do primeiro, mas achei o segundo ainda melhor. Como é dito na introdução, os super-humanos do AUTHORITY não são quaisquer supers. Podem, sim, ser classificados como heróis (pelo menos por mim), mas não estão sob a autoridade de nenhuma nação (exceto, talvez, a Jenny Sparks, o Espírito do Século XX, mas acho que é menos subserviência e mais paixão pela Inglaterra), como está o Super-Homem, por exemplo. Sim, ele está! E eu não gosto muito dele, então nem vou discutir o assunto.
Ou melhor, vou: pra quem não sabe, minha monografia consiste na comparação de 300 de Esparta nos dispositivos quadrinhos e cinema. Para isso, lógico, óbvio e evidente, eu fui estudar a história dos quadrinhos (depois linko aqui os artigos que podem ser úteis, estou postando do e-mail). E o Tio Sam convocou não só os heróis americanos para a Segunda Guerra Mundial, mas também os super-heróis. E, se as cores de seus uniformes já estampavam antes a bandeira americana, agora o comportamento é mais "For America! For Freedom"* do que nunca. Aí, depois da guerra, apareceu um psicólogo que lançou um livro dizendo que quadrinhos eram maus, subvertiam as crianças e as transformavam em criminosas violentas. A maioria dos heróis, que eram muuuuuitos durante a Guerra, desapareceu. Batman, Super-Homem e Mulher Maravilha foram alguns dos poucos sobreviventes. Mais tarde, alguns foram renascendo. Mas o texto é sobre os supers de Warren Ellis & cia, não dos heróis padrão que você conhece.
Jenny Sparks, fumante inveterada, sempre com sua camiseta estampada com a bandeira inglesa, comanda seus companheiros, "habitantes" da Balsa, uma nave do tamanho de uma cidade, abastecida por um universo bebê, que transita no limite da realidade. Ela é, aparentemente, um organismo vivo e está dentro e fora da Terra podendo, portanto, abrir uma porta para qualquer lugar. Isso possibilita que o AUTHORITY salve qualquer país de qualquer ataque. Os poderes dos heróis também são utilizados de forma pouco comum, ainda que boa parte deles seja recorrente em outros gibis mundo afora.
Jenny tem o poder do séc. XX: a eletricidade. Além de todo o conhecimento acumulado desde 1900.
Apolo é praticamente um deus-sol. Usando a energia do astro-rei para se abastecer, é um dos mais fortes da trupe. Faz todas aquelas coisas que queremos que um herói faça: voa, explode coisas, tem super força... E, aparentemente, não morre. Basta deixá-lo exposto ao sol que ele se regenera!
Meia-noite compartilha a super-força do companheiro (em todas as acepções da palavra), além de se mover nas sombras. Praticamente um Batman, né? Só que o Robin dele é muito mais poderoso. ;)
Temos também o Deus das Cidades, que pode se mover entre todas as grandes cidades e se comunicar com elas. Tipo, o vilão tá destruindo Roma e ele está em Nova Iorque? Num piscar de olhos ele está na Itália e já convenceu o chão romano que era uma boa idéia engolir o cara.
Swift não mostrou as garras em combate nesta edição, mas seu principal poder é voar. Ela possui asas gigantescas, é bastante forte (já que fica carregando o povo pelos ares) e não pense que "saber voar" se aplica só a si própria. A coisa anda pelos ares? Então ela sabe pilotar.
A Engenheira trocou seu sangue por um metal-líquido-orgânico-muito-
Para finalizar (ufa!), temos Doutor, o Xamã. Ele tem conhecimento de todos os xamãs que existiram antes dele (ou seja, desde o início da raça humana), se transporta para um mundo de sonhos e para um mundo espiritual, aonde conversa com seus antecessores, faz um monte de perguntas e adquire as informações necessárias. Tem episódios em que ele é só guia espiritual, em outros, ele é bastante útil, como quando troca uma porta de segurança máxima pelo ar puro das montanhas ou os ossos do seu oponente por elásticos de cuequinhas Calvin Klein.
Sob Nova Direção
Em Sob Nova Direção, o Doutor é que descobre como salvar o mundo. Ou melhor, do quê salvar o mundo. A Terra não é dos humanos. Nós apenas a herdamos, o dono é outro, está voltando e não está feliz. Uma forma alienígena criou o planetinha para ser perfeito para ele. Era um pouco mais próximo do Sol do que o é atualmente, a configuração da atmosfera era outra... Mas resolveu deixar o conforto do lar e vagar pelo universo, pra ver se fazia uma casa de praia por aí. Ao voltar das férias, descobre seu planeta fora do lugar, com um satélite e uma infestação de 6 bilhões de habitantes mexendo em tudo. Então deus resolve que vai colocar ordem na casa e "desterraplanar" a Terra, pra poder voltar a viver nela confortavelmente.
***Spoiler Alert***
A história se passa nos últimos dias de 1999. A líder do grupo é o Espírito do Século XX, prestes a terminar. Eles precisam derrotar Deus antes que a srta. eletricidade durona encontre seu fim. E agora?!
Natividade
No mesmo volume de Sob Nova Direção está Natividade. Vou começar metendo o pau: não gostei do desenho! Nas outras histórias achei muito mais legal. Nesta, está todo mundo bicudo. Também não vi grandes expressões faciais. Eu esqueci de olhar quem era o desenhista, então fico devendo essa.
Agora vamos falar bem. Gostei deveras da história. Primeiro porque os heróis mostram a que vieram. Mostram que não vão baixar a cabeça pra governo americano, japonês ou de onde quer que seja. Mostram também que não estão ali só para combater super-vilões nonsense e ameaças alienígenas. Se é pra proteger o mundo de invasões bizarras, que seja um mundo que valha a pena defender. Portanto, eles acharam por bem acabar com a ditadura corrupta de um país na Ásia, cujo governo estava exterminando parte da população.
***Spoiler Alert***
Segundo, gostei porque, como o próprio nome indica, é a edição de nascimento do Espírito do Século XXI, codinome Jenny Quantum. É claro que, morrendo a Sparks, junto com o séc. XX, seu espírito iria reencarnar, mais poderoso do que nunca.
Eu vou fechar a matraca agora, porque se não o fizer, conto a história toda, aí ninguém vai querer ler o gibi! E ele é muito bom, vale a pena!
* "For Sparta! For Freedom!" Leônidas em 300. Livro ou filme, a frase está lá.
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