Depois de ser "desterrada" e pedir asilo na casa do meu namorado, resolvi comentar sobre o fiasco dos fiascos que está sendo a reforma lá em casa.
Ah, eu quero um jardim de inverso decente.Com esses comentários, que se arrastaram por meses, todo mundo resolveu que sim, estava na hora de arrumar os banheiros, a cozinha e ainda dar um up no jardim de inverno. Contratada a equipe, eles nos prometem que cada ambiente levará uma semana. E a gente acredita. Afinal, é só arrancar os azulejos e colocar novos, não é? Pra instalar pia e privada, mais um diazinho, depois viria a galera que instalaria espelho, toalheiro e prateleiras e teríamos nosso lindo e novo banheiro, mais claro e espaçoso e com 2m de espelho (acredite, é quase isso...).
Os azulejos estão todos quebrados, eu acho que a gente devia trocar.
Gente, dá pra esse banheiro ser mais claro...
É. Mas eles levaram duas semanas só no banheiro social. Destrói daqui, destrói de lá, tira o balcão de mármore e... Opa! Era só colado, ó. Não precisava dar uma marretada.
Papai fica uma arara. Liga pro "responsável" que garante que vai dar um "jeitinho", vai colar ou sei lá o quê. E você acha que ficaríamos muito felizes com uma rachadura no meio do mármore, né?
Papai sai para o trabalho fumaçando, nos encontramos no dia seguinte, antes do almoço.
- Pai, você já viu as metades do mármore, como ficaram?
- Não...
- Então dá uma olhada no entulho do jardim...
(Aqui caberia um FFUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU...., mas eu soltei a bomba e entrei, deixei ele cuspir o fogo em cima de quem esmigalhou o mármore dele.) /me cruel
Aí, claro, a coisa se arrasta. Já estávamos na terça-feira da semana seguinte, o banheiro estava inutilizável e não tínhamos mais mármore. Não satisfeito, o cara resolveu arrancar a caixinha do papel higiênico. Era a coisa mais legal desse mundo, na minha concepção. Ela abria e fechava e o rolo ficava lá dentro, guardadinho, protegido de poeira e de gatos. Mas ele achou o troço feio e arrancou, apesar da insistência da minha mãe de que "deixasse essa merda aí". (Palavras posteriores e minhas, pra ele ela pediu educadamente. Talvez ela devesse ter falado assim, aí queria ver ele não deixar.)
Aí um gasto a mais nas nossas vidas, porque o mais simples e péba desses trocinhos custa a bagatela de R$150. E agora temos um rolo de papel higiênico à mercê de Tofu (para não falar de outra pessoa que deixa meio metro de papel estendido no chão), porque pagar quase mil reais por uma caixinha é impensável. (Sim, eu estou falando sério. É de ouro, por acaso?)
Mas banheiro, ao menos, tem outro na casa, né?
E cozinha, que só tem uma?
Acordo numa bela terça-feira, felicíssima da vida para ir para minha maravilhosa aula [ironic mode on], e... não tem cozinha! E tem muita, muita, muita coisa empilhada na casa! Achei que estava dormindo ainda e que era um pesadelo. Que tinha tido uma guerra, ou que a gente tinha sido expulso da casa ou algo assim. Aí lembrei que uma hora eles começariam a destruir a cozinha. Tá. Respira. Café. Café... Cadê a cafeteira?!
(Tava na minha frente, praticamente, mas abafa, que era entulho demais e eu não consigo achar meus óculos nas minhas mãos se estiver carregando mais de 3 coisas.)
Achada a cafeteira, a xícara, eu já mais calma, tentando arrumar um buraco na mesa pra ter uma refeição decente e não acho os talheres. Reviro a sala feito louca pra Lourdes chegar e me dizer que jogaram os talheres pras bandas da tv. Deve ser pq eles combinam mais com os DVDs do que com a comida, mas tudo bem. De tarde, vendo que não fazia muito sentido, trouxeram tudo pra perto dos comestíveis e bebestíveis e a coisa se tranquilizou um pouco.
Em uma semana estaria tudo pronto... NOT! Porque prazo é uma coisa feita pra ser descumprida.
3 semanas, já temos um banheiro, já temos a maior parte da cozinha... Mas claro que eles se deram ao trabalho de arrebentar o armário e estamos esperando o marceneiro, que deve ter confundido a última quarta-feira de outubro com a primeira de novembro.
Mas tudo bem. É para o melhor, estou muito calma, tudovaidarcertonofinal. Ou acho que sim. Sei que Tofu está dando todos os chiliques que eu não posso dar por ser um animal raconal e saber que um dia, ainda que - aparentemente - meses fora do prazo, isso vai acabar.
Aí chega meu pai na quinta, eu ainda no zombie mode pré-cafeína, e verifica a parede, diz que ela está fofa e que, talvez, devêssemos dar um jeitinho aqui também. Beleza.
-Semana que vem?
-Semana que vem.
Com semana que vem eu posso trabalhar. Com essa semana, nem a pau, que a imunidade caiu lindo com a TPM e eu sentia que vinha cólica por aí. Dito e feito. Saí da universidade me contorcendo, morrendo de medo de dirigir, mas era necessário. Direto pra cozinha, tomar meu remédio milagroso que me impede de dirigir máquinas pesadas (e leves, fico tão grogue que até carrinho de supermercado pode ser perigoso) e deitar na minha cama, pro terror passar.
Cadê minha cama?
A reforma no quarto havia começado.
Beleza. Mama's bedroom serve para isso.
Mas tavam quebrando tudo por lá também.
Parto eu em busca de asilo antes que fique lesa demais.
E cá estou eu, nômade e decidida: reforma sucks. O estresse não compensa. Melhor ficar com parede estufada, porta sem fechar e azulejo quebrado. Porque nunca nada será feito no prazo. Vão começar no dia errado (seja pra mais ou pra menos), vão fazer a coisa errada, vão faltar em dias que não deveriam faltar, sem uma justificativa plausível e vão entregar com, no mínimo, uma semana de atraso.
(Aí, quando estiver tudo pronto, eu vou esquecer de tudo isso e vou ficar feliz e saltitante com meu quarto novo, banheiro novo, cozinha nova e afins, pra notar, em poucos dias, um monte de problemas que não estavam ali antes de tudo começar. C'est la vie...)
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