Quando eu conheci meu namorado éramos amantes e eu, a esposa do governador. Ele era o mordomo e a ideia era pegar a fortuna e fugir, provavelmente para alguma ilha paradisíaca.
Era minha primeira - e única, até agora - vez num live action e eu não tinha muita ideia do que fazer. Ele era um pouco mais baixo, mais magro, tinha o cabelo mais curto e eu o achei bonitinho, mas não decorei seu rosto nem seu nome. Não estou brincando quando digo que não tenho memória. Eu era novinha, boba, tinha um namorado que foi uma das piores escolhas que fiz na vida e estava de rosa-choque.
Anos depois, com o dito namoro terminado há anos, outro rompido há meses, lembro-me da história. Na verdade, lembrei-me da história várias vezes nesse período. Lembrava quem era o governador, porque o encontrei algumas vezes depois do acontecido. Não lembrava quem era a violinista a quem dei carona nem quem era o meu amante. E queria me lembrar do meu amante, oras! Parte essencial do jogo!
Então uma colega, recém conhecida do meu recém iniciado curso de Jornalismo, me fala da banda do namorado, de como só tem homem bonito, que 3 estão solteiros e fala desse "falso-magro", elogiando o 6-pack (vulgo tanquinho) que só descobriu que ele tinha numa reunião da banda na casa dele, em que ele estava de toalha. Confesso, interessaram-me os fatores:
a) guitarrista;
b) portador de um tanquinho;
c) bonito e
d) solteiro.
(Não exatamente nessa ordem.)
Na casa de outra colega, prestes a fazer um trabalho, a garota me mostra os orkuts e dá ênfase ao guitarrista e ao vocalista, ao longo do dia (e mais algumas vezes nos dias seguintes) soltou algumas informações que ultrapassavam o quesito físico.
Esse guitarrista não me enganava. Eu já o tinha visto antes. Mas onde? Chegando em casa entrei de novo no perfil do orkut dele. E de novo. E vasculhei os amigos. Ele não tinha comunidades. Como diabos ia descobrir de onde o conhecia?
E ele entrou no meu orkut. E trocamos mensagens. E ele revela que foi meu amante no live action e tudo faz sentido. O rosto borrado ganha nitidez. O resto... é história.
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