O Natal do namorado foi cheio de páginas, presenteadas por mim, cheia de segundas intenções. ;) Claro que escolhi coisas das quais ele gostaria. Já mencionei aqui "AUTHORITY: Sob Nova Direção". No pacote, dei também o autobiográfico "Na Prisão", de Kazuichi Hanawa.
Como menciona Tomohide Kure na introdução, as cartas que davam maior prazer aos presos eram aquelas com assuntos corriqueiros do dia-a-dia. Aqui, o caminho inverso foi feito. Hanawa fala de como foi a vida na prisão, sem grandes pretensões, denúncias ou escarcéus.
O quadrinista foi preso em 1994 por porte ilegal de armas. Ele colecionava armas de brinquedo e logo passou a comprar armas modificadas. Foi descoberto e preso pela polícia quando as testava nas montanhas. Julgado e condenado, Kazuichi passou alguns anos encarcerado e mostra, ainda que atrás das grades, uma cultura completamente diferente da nossa.
A culinária japonesa é o ponto principal do mangá e aparece na maior parte das 234 páginas de história. Foi impossível fechar o livro e não ir à um restaurante japonês!
A vida na prisão e a mentalidade dele também são coisas completamente surreais, ao pensarmos na realidade carcerária brasileira. Apesar de seu crime não ser algo sério como um roubo ou assassinato, Kazuichi não se acha merecedor daquilo que recebe na prisão: refeições completas e saborosas, privilégios como banho, trabalho etc. A organização e limpeza são coisas extremamente valorizadas, podendo haver punição por qualquer coisa que não esteja em seu devido lugar e os próprios detentos cuidam uns dos outros para que tudo esteja onde deve estar, na hora e do jeito que deve estar.
Há alguma crítica, sim, dos presídios, que faz parte da narração de uma rotina. Afinal de contas, ainda é um presídio.
Quadro a quadro o autor vai mostrando como as coisas funcionam e o que ele pensa delas. Leitura muito boa pra concluir em uma tarde e ir jantar num japa. Até o namorado, que não é fã de coisas cruas, quis ir num restaurante japonês, mas num "de verdade, não esses 'inventados' que tem aqui!"
Sushi Bessa
Eu sugeri que fôssemos, então, ao Tanabata, que tem comida japonesa de verdade, incluindo os crus, os cozidos e os fritos, mas ele fez um "nahh..." de doente. Então deixei meu doentinho em casa e foi pro meu segundo restaurante japonês favorito.
Era 25/12, mas o Bessa Shopping estava aberto, com a maior parte dos restaurantes funcionando. Reparei, no caminho para o Sushi Bessa, que o Tókyo estava fechado.
O movimento estava grande, ainda assim encontrei aquilo que queria. Munida dos meus sushis (que sempre achei um pouco grandes, apesar de muito gostosos) fiquei pensando se o outro restaurante fechara para o feriado ou de vez.
Gosto do Sushi Bessa porque o arroz usado é o "certo". E tem o gostinho de vinagre, utilizado no preparo, ligeiramente acentuado, que é o que eu acho que dá a graça na coisa toda. O restaurante não estava lá muito bonito ou organizado, mas estão ampliando o lugar, então eu perdôo. Só não gostei que, desta vez, a variedade de sushis se resumia ao de salmão.
Não sanou a vontade de comer as coisas diferentes ilustradas em Na Prisão, mas deu para satisfazer até que fosse possível uma visitinha a m lugar mais requintado.
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By Ferramentas Blog
Na Prisão
2 de jan. de 2010
Postado por Fernanda Eggers às 12:35
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Marcadores: japonês, literatura, quadrinhos, resenha, restaurante
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