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By Ferramentas Blog

Ciclovia: pra que serve, afinal?

15 de set. de 2010

Já que semana passada eu falei do Projeto Pedala João Pessoa, que faz parte do Mobilicidade, resolvi que nesta quarta falaria de bicicleta também. E hoje é pra reclamar. Afinal como mulher, jornalista e crítica da sociedade, é mais que um prazer, é um dever. (Ok, ser mulher não tem nada a ver com a coisa, eu conheço homens bem mais reclamões do que eu e reclamarei com justa causa.)

Pra que serve esse trecho aqui, hein?
Tenho ido pedalar com alguma frequência. Já que a cidade disponibiliza uma área segura, me dá acesso às bicicletas e eu me viciei na atividade (quinta-feira passada fui pedalar debaixo do maior toró), por que não?

A ciclovia espaçosa que fizeram aqui dá até gosto. O problema são as pessoas. Compreendo os corredores utilizando a bordinha entre a ciclovia e o estacionamento dos carros, afinal de contas é difícil correr na calçada. Não acho que eles estão certos, mas os compreendo. Acontece que ciclovia foi feita pra bicicleta, não pra pedestre.

Está claro? (Acho que precisamos de placas como essa em João Pessoa) Ciclovia austríaca. Foto daqui.
Muitas vezes me deparei com pessoas caminhando tranquilamente que, inclusive, se recusam a sair da pista, mesmo quando há várias bicicletas transitando. Será que elas não percebem que também é um veículo? E que se o ciclista não conseguir se desviar, não vai ser uma simples trombada, vai ter o impacto do ciclista e da bicicleta agravados pela velocidade de quem estava no pedal? E que se o pedestre for atropelado na ciclofaixa, quem está errado é ele, não o ciclista?

Há pessoas que pensam que, apesar das placas e sinalizações no chão, aquela área é reservada para caminhadas. Já encontrei senhores em suas caminhadas vespertinas reclamando da ciclista iniciante em alta (ok, nem tanto) velocidade porque ela quase bateu neles. Apesar de todos os pedidos de "com licença" assim que eles entraram na ciclofaixa e do desespero, porque simplesmente não ia dar tempo de frear completamente a bicicleta. É muito mais seguro ficar fora da ciclovia se não há rodas sob seus pés.

Do mesmo jeito que correram risco com uma bicicleta, poderiam ter corrido com um skate ou patins, que também usam a ciclofaixa. Muito mais compreensível e aconselhável inclusive. São rápidos demais para transitar junto aos pedestres na calçada e o material do qual a faixa específica é feito é diferente, muito melhor para as diversas rodinhas.

Estacionados
Além daqueles que usam a faixa para caminhadas, passeios e voltinhas com as crianças soltas correndo de um lado para o outro e causando aflição em quem pode acidentalmente atropelá-las, tem as pessoas que, simplesmente, param. Se acumulam na pista, às vezes até estendem objetos ou usam para fazer manobras com motos. E ainda acham ruim quando os ciclistas reclamam e pedem que saiam dali.

Setinha apontando pra cá, setinha apontando pra lá.
Sabe o que isso indica? Que a ciclofaixa tem mão e contramão. E a de João Pessoa é ampla o suficiente para isso (ainda que tenha alguns trechos falhos). Mesmo com as marcações, muita gente resolve usar a mão contrária e espera que quem está na mão certa desvie. Já pensou se isso acontece com carros? Se eles resolvem andar na mão que mais lhes convier?

Não, espera... Isso acontece no Bessa. Tinha me esquecido deste detalhe. Mesmo após o calçamento de diversas ruas, muitas pessoas continuam dirigindo como se fosse terra sem lei. Ou a Inglaterra. E só não dá tumulto porque ainda não há tantos carros assim circulando. Ainda. Deixa começar a passar asfalto...

Ciclovia de Florianópolis. Foto daqui.

Espero, sinceramente, que a mentalidade das pessoas mude. Que não seja necessário encher a orla pessoense de placas dizendo aonde você pode e aonde não pode andar. Que as pessoas sejam mais cordiais, pensem um pouco além do próprio umbigo, evitem acidentes e se toquem de que isso não é para uso "dos outros". É para todo mundo. É meu. É seu também. Essa mentalidade não existe só em João Pessoa. Está em todo lugar, infelizmente.


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